‘Folha’ cria polêmica com obras sacras e Michelle Bolsonaro desmente jornal

A futura primeira-dama Michelle Bolsonaro foi enredada em uma polêmica envolvendo obras sacras católicas no Palácio da Alvorada, mas negou intenção de removê-las da residência a partir da posse do marido como presidente da República.

O jornal Folha de S. Paulo veiculou matéria alegando que Michelle Bolsonaro, por ser evangélica, havia solicitado a remoção das obras de arte sacra do Palácio da Alvorada, que é a residência oficial da família presidencial.

“Hoje, a residência oficial apresenta como parte de seu mobiliário cinco peças de simbologia católica: um par de anjos barrocos tocheiros, na biblioteca, e quatro estátuas de santos nas salas de música e de estado”, situa a reportagem da Folha.

A matéria do jornal, entretanto, diz que “relatos feitos por três funcionários do Palácio do Planalto” indicavam que Michelle Bolsonaro “teria perguntado se seria possível que as obras deixassem o Palácio da Alvorada”, e acrescenta: “As denominações evangélicas não costumam venerar esculturas de santo”.

Diante da especulação dos funcionários, a Folha repercutiu o suposto desejo de Michelle Bolsonaro em remover as peças com o ex-curador da Presidência da República Rogério Carvalho, que criticou a futura primeira-dama avaliando que ela estaria sendo mal assessorada: “O ideal é que as peças de arte sejam mantidas para preservar a leitura histórica”, afirmou, observando que na parte privativa do Alvorada é aceitável que se façam mudanças.

Fake News

Nas redes sociais, a reação do eleitorado católico foi intensa, com expressão de revolta com a suposta remoção das imagens. Diante disso, Michelle Bolsonaro usou sua conta privada no Instagram para responder às especulações da Folha de S. Paulo e negou que tenha pedido para remover as obras sacras do Palácio da Alvorada.

Uma das peças em questão é representação em madeira de Santa Bárbara, do século 18, que será enviada ao Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, a pedido do próprio Hamilton Mourão. “Ela é, inclusive, padroeira da artilharia”, disse o general à Folha. Antes de ser instalada em seu novo destino, a peça passará por uma restauração, e por isso, já foi removida.

Michelle entrou no assunto quando foi questionada pelo deputado estadual eleito em São Paulo Gil Diniz (PSC), e respondeu que já havia esclarecido quem tinha espalhado a versão equivocada sobre as mudanças ao jornal.

“Agora à noite descobri quem foi que deu a entrevista à Folha. Foi um funcionário petista do atual governo. Todas as imagens fazem parte do processo de restauração. Uma das imagens é uma Santa Bárbara, que é da arma de cavalaria, do general Mourão. Ele ficou entusiasmado e disse que era da arma dele, se poderíamos colocar no Jaburu. Concordamos. É comum esse tipo de rodízio. Muita maldade das pessoas tentarem me jogar contra os católicos. Eu sou evangélica, meu marido é católico, nos respeitamos, jamais faltaria com respeito à religião dele”, explicou Michelle Bolsonaro.

Uma das obras que atualmente está exposta no Palácio do Planalto, sede do governo, chamada “Três Orixás”, de autoria da pintora Djanira da Motta e Silva, deverá ser emprestada ao Museu de Arte de São Paulo (MASP) para uma exposição com oito meses de duração, a partir de fevereiro. Em seguida, a peça deverá viajar pelo país, sendo exposta em outros museus.

 

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