Médico é acusado de deformar rostos de pelo menos 30 pacientes
O médico Wesley Murakami foi condenado a indenizar uma paciente que ficou com o rosto deformado após procedimentos estéticos. Mas a mulher não foi a única da lista. Pelo menos outras 30 pessoas denunciaram o profissional pelo mesmo motivo. Murakami sugeriu uma bioplastia e chegou a dizer que o resultado seria satisfatório. Os casos aconteceram no Distrito Federal e em Goiás.
“Eu fiquei deformada, fiquei com vergonha de ir para a escola. Colocava cabelo na frente. As pessoas me olhavam estranho e cada vez que eu tinha que me comunicar, porque eu tinha que lecionar, o meu rosto inchava mais, e aquilo me incomodava horrores”, lamentou, ao conversar com o G1, uma das vítimas, que é professora, mas preferiu não se identificar.
Segundo ela, a consulta foi para reduzir marcas de espinha no rosto. No entanto, foi convencida por Murakami a fazer uma bioplastia, que é injeção de uma substância para mudar a forma do rosto ou do corpo. O tratamento custou R$ 5 mil.
A história se repetiu com uma jovem, de 23 anos, que foi ao consultório porque tinha vergonha do queixo. Ela também foi convencida de realizar o mesmo procedimento e, hoje, arrependida, diz que se esconde para tirar fotos. “Eu vou para comprar uma roupa, eu olho e a roupa está perfeita. Mas eu olho para o meu rosto e falo: ‘Não vou, não quero’.”
Outro caso é o de Alexandre Garzon, que, em 2012, o procurou o profissional com a intenção de realizar uma bioplastia. Foi desembolsado R$ 7 mil. “O procedimento, em si, não é ruim, mas ele não sabe fazer. Colocou [o PMMA] em lugares como abaixo do meu olho e nas bochechas. Consultei outros médicos, que me disseram o mesmo”, relatou, em entrevista ao Metrópoles.
Garzon faz parte de um grupo no WhatsApp com cerca de 40 pacientes que também alegam terem sido vítimas de Wesley. “Foi muito traumático. O plástico vai ficar na minha cara o resto da vida. Esse cara tem que parar, continua estragando a vida de muita gente”, desabafou.
O médico é alvo de processos éticos nos conselhos regionais de medicina do DF e de Goiás. Vítimas procuraram a polícia para denunciar os casos, ainda investigados como lesão corporal culposa.