Em Alagoas, 840 trabalhadores são flagrados em regime de escravidão
Fiscalizações do Ministério do Trabalho realizadas nos últimos doze meses, em Alagoas, flagraram 840 trabalhadores em condições análogas à de escravo, segundo levantamento divulgado recentemente pelo Departamento de Segurança e Saúde da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT).
Um balanço divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em 2013, revelou que, em 2012, 141 trabalhadores mantidos em condições análogas à escravidão foram libertados em Alagoas. A quantidade de pessoas libertas no Estado foi à maior de todo o Nordeste na época.
É a maior quantidade de trabalhadores nesta situação de toda a série histórica do ministério, iniciada em 1995. Antes disso, o ano de 2008 foi o que registrou maior número de trabalhadores em regime semelhante à escravidão, com 656 casos. Somente este ano, segundo dados da SIT, 90 trabalhadores alagoanos foram resgatados em situação semelhante à escravidão.
O levantamento mostra ainda que o município de Rio Largo – na Grande Maceió – foi o recordista em trabalho análogo à escravidão no período, com 185 casos. Em seguida aparecem Feira Grande (105), União dos Palmares (71), São Miguel dos Campos (61) e Penedo (52).
As ações do Ministério do Trabalho também flagraram trabalhadores em regime análogo à escravidão em Colônia Leopoldina (36 casos), São Luís do Quitunde (17), São José da Laje (15), Roteiro (15) e Flexeiras (12).
Segundo o ministério, os setores que mais registraram trabalho análogo à escravidão em Alagoas nos últimos doze meses foram o cultivo da cana-de-açúcar, cultivo de frutas e lavoras permanentes – exceto laranja e uva – e extração de pedra, areia e argila.
Em doze meses, segundo os dados, as fiscalizações do Ministério do Trabalho em Alagoas alcançaram 357,4 mil trabalhadores e flagraram 1.501 irregularidades relativas à segurança e saúde do trabalhador.
Em todo o País, o Ministério do Trabalho resgatou 53.195 trabalhadores em situação análoga à escravidão. O setor de bovinos foi o recordista de flagrantes com 167 casos, seguido da produção florestal, com 127 casos, cultivo de soja (86), atividades de apoio à agricultura (80) e cultivo de café (75).
De janeiro a agosto deste ano, o ministério realizou um total de 150.520 fiscalizações para verificação do cumprimento das normas trabalhistas e de segurança e saúde no trabalho. Segundo o SIT, 37.572.251 trabalhadores foram alcançados pelas ações de fiscalização da Pasta no período.
O ministro do Trabalho, Caio Vieira de Mello, destaca que esses números demonstram a importância do trabalho de fiscalização realizado pelo órgão. “O Painel facilita a qualquer cidadão brasileiro o acesso às informações sobre Inspeção do Trabalho, de maneira que a sociedade conheça a importância da fiscalização para a garantia dos direitos trabalhistas conquistados”, disse, por meio de assessoria.
*Com Gazeta Web