Furna da Onça investiga ‘mensalinho’ a deputados estaduais do Rio

A Polícia Federal deflagrou nesta manhã quinta-feira, 8, a Operação Furna da Onça, para investigar a participação de deputados estaduais do Rio em esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração estadual. A ação tem com a participação do Ministério Público Federal e o apoio da Receita.

Dez deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) tiveram a prisão decretada – André Correa (DEM), Edson Albertassi (MDB, nova ordem de prisão), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (MDB), Jorge Picciani (MDB, nova prisão, continuando em

domiciliar), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante), Marcus Vinícius “Neskau” (PTB) e Paulo Melo (MDB, nova prisão). Os parlamentares são suspeitos de usar a Alerj em troca pagava propina mensal (“mensalinho”) durante seu segundo mandato (2011-14). De acordo com as investigações, a propina resultava do sobrepreço de contratos estaduais e federais.

Entre os outros alvos, estão o secretário de Governo, Affonso Monnerat, o presidente do Detran/RJ, Leonardo Silva Jacob, e seu antecessor Vinícius Farah, recém-eleito deputado federal pelo MDB.

A Furna da Onça é um desdobramento da Operação Cadeia Velha – deflagrada em novembro de 2017. A operação conta com 200 policias federais, 35 membros da Procuradoria da República e 10 auditores da Receita para cumprir 19 mandados de prisão temporária, 3 de prisão preventiva e 47 mandados de busca e apreensão, expedidos Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF2).

Segundo a investigação, o esquema atribuído ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB) pagava propina a vários deputados estaduais, a fim de que patrocinassem interesses do grupo na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). De acordo com a apuração, o “mensalinho” era resultado de sobrepreço de contratos estaduais e federais – alguns ligados ao Detran-RJ. De forma ilícita, os parlamentares eram beneficiados ainda com o loteamento de cargos em diversos órgãos públicos do Estado, onde poderiam alocar mão de obra comissionada ou terceirizada.

Os investigados devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

O nome Furna da Onça faz referência a uma sala ao lado do plenário da Alerj, onde deputados se reúnem para ter conversas reservadas, destinada às combinações secretas que resultam em decisões individuais antes das votações, momento conhecido como a hora da “onça beber água”.

 

Fonte; Estadão

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