Graciliano Ramos esquecido em Palmeira Dos Índios!
Por Jorge de Araújo Vieira
Este é o segredo do bom administrador “Ouvir a Cidade”.. Zelar pela cidade é dever de todo cidadão. Porém, o bom administrador público tem a obrigação de ir além, e no sentido literal possível da expressão.
Demonstrar zelo, carinho e preocupação não apenas com o lugar, mas especialmente com as pessoas que nela vivem: “Ouçam a população”. Esse é o alerta da arquiteta e urbanista Delcimar Marques a todos os que foram eleitos com a responsabilidade de administrar suas cidades.
Será que o nosso povo “Palmeiríndio”, Palmeirindiense” ou “Palmeirense”, o que querem seja realmente festas? Nosso povo foi ouvido?
A base está na educação para que o cidadão realmente sinta-se pertencente a uma cidade e por conseguinte de uma comunidade. Este sentimento de pertencimento é fundamental para criar e sedimentar a identidade do habitante com o lugar em que vive e desta forma levar a uma convivência harmônica em que o coletivo prevaleça sobre o individual e onde os benefícios sejam acessíveis à todos.
Disse Cícero (106-43 a.C.) , “a história é a testemunha dos tempos, a luz da verdade, a vida da memória, a mestra dávida, a anunciadora da antiguidade.”
A rede Globo na celebração dos seus 50 anos, apresentou uma série de fatos através de reportagens ao longo dos anos de sua existência.
Como o jornal Tribuna do Sertão com duas décadas de existência ainda não existia para publicar e notificar um grande acontecimento em Palmeira Dos Índios, um marco da história e da literatura de nossa cidade que aconteceu no ano de 1975. Tratava-se de uma semana de estudos sobre Graciliano Ramos.
Os jornais da capital estou lembrado do “Jornal de Alagoas” no dia 26 de novembro de 1975 estampar em suas páginas uma reportagem sobre a aludida semana com este título: “Palmeira, Capital Brasileira de Literatura”.
E dizia assim o Jornal: “A semana de estudos sobre o Velho Graça encerrou-se domingo no salão nobre do Aero Clube, com a participação do Escritor Odylo Costa Filho, primeiro secretário da Academia Brasileira de Letras. Além de Odylo, personalidades da literatura como Adalberon Cavalcanti, Ricardo Ramos, James Amado, José Aloisio Vilela, Waldemar Lima,(para quem tiro o chapéu, sem ele não teríamos a Casa Museu Graciliano Ramos), Professor Padre José Araújo, Medeiros Neto, Escritora Solange Lages, Luiz B.Torres e José Maria Melo, Presidente da Academia Alagoana de Letras que tiveram sua participação nos estudos e debates”.
Vem a pergunta.. Será que o Jornal de Alagoas exagerou ao afirmar que Palmeira Dos Índios com a Semana de Estudos sobre Graciliano Ramos era a Capital Brasileira da Literatura?
De certa forma pode ter um exagero, mas convenhamos lembrar que a Academia Brasileira de Letras estava representada através do seu primeiro secretário, Odylo Costa Filho.
A verdade é que a juventude palmeirindiense, palmeríndia ou palmeirense teve oportunidade de conhecer mais de perto temas baseados nos romances “Vidas Secas” e “São Bernando” e a vida de Graciliano Ramos como escritor, chefe de família, professor e político.
Nunca fui vaidoso mais tem hora que precisa sê-lo!
Vejo muita gente falando sobre Graciliano Ramos, querendo tomar um “bigu” no nome do internacional velho Graça. Existem outros até que escrevem livros apaixonados para o mestre Graça. Tudo isso com o desejo de serem reconhecidos e serem citados entre os que escrevem sobre Graciliano Ramos.
Outro dia eu perguntava quem tem medo de Luiz B.Torres?A vaidade foi tanta que não viram e não sentiram o que eu queria dizer! Distorceram minhas palavras, e o porque eu perguntava, quanto a prefeitura pagava de aluguel a Academia de Letras de Palmeira dos Índios por ocupar duas salas da referida Academia que abriga a Secretaria Municipal de Cultura !?
Os escritores da terra, principalmente os que residem em Palmeira Dos Índios não falam da importância de Waldemar de Souza Lima! E de tantos outros que contribuíram e contribuem para as culturas dessa terra.
Quero deixar bem claro que pertenço e sou um dos fundadores da Academia Palmeirense de Letras, Ciências e Artes, ocupo a cadeira de número 14, cujo patrono é Carlos Pontes de Almeida. Não sou vaca de presépio para somente balançar a cabeça e achar que tudo está certo, quanto não está!
Teve um confrade que se pronunciou favorável à instalação da Secretaria na Academia, afirmando “Seu mérito trabalho, sua dedicação, não merecem essas acusações levianas e irresponsáveis. Absurdo isto vindo de um membro relapso da Academia”..
Outro confrade respondeu, “Li agora esta matéria irresponsável do confrade Jorge Vieira,que cita ‘aluguel’, dá como confiar em alguém que se diz “amigo”, que não comparece às reuniões, não contribui com a APALCA (financeira ou culturalmente), a instituição que lhe colocou como sócio efetivo!”
– Eu relapso? Por que não vou deixar de comer para pagar uma taxa de Academia, a minha vaidade ainda não me permite chegar a tal ponto.