Mulher diz que matou namorado italiano em ritual de magia

Em novo depoimento à polícia nesta terça-feira (6), Cléa Fernanda Máximo da Silva disse que matou o namorado italiano, o advogado Carlo Cicchelli, durante um ritual de magia do qual foi obrigada a participar. Ela disse que não premeditou o crime, mas aproveitou a oportunidade para matá-lo porque sofria constante violência física e psicológica.

“Segundo ela, no dia 26 de setembro, o dia do crime, ela foi alvo de agressões físicas por parte da vítima, e aí ela disse que naquela noite ele, que era dado a prática de rituais de magia negra, resolveu realizar um desses rituais e aí pediu que ela o amarrasse, isso é a versão que ela apresenta dos fatos”, afirmou a delegada responsável pelo inquérito, Rosimeire Vieira, da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

Cicchelli foi encontrado morto na segunda (5), na casa onde morava com Cléa, no bairro da Ponta Grossa, depois que ela procurou a polícia e confessou que tinha cometido o crime há quase um mês. O corpo da vítima estava em avançado estado de decomposição.

A alagoana disse ainda à polícia que usou algumas substâncias no corpo para que o cheiro do cadáver não chamasse a atenção dos vizinhos.

“Ela disse que a vítima ficou no quarto onde aconteceu esse crime por cerca de dois dias, e aí depois ela resolveu escondê-lo num outro cômodo da casa e deixou envolto em sacos plásticos e o guardou nesse cômodo, que permaneceu fechado durante algum tempo. Ela disse que usou alguns produtos pra tentar amenizar o mau cheiro, que colocou perfume, carvão e algumas outras substâncias pra tentar disfarçar o odor”, explicou a delegada.

Como o corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição, não foi possível indicar quais tipos de lesões levaram à morte do advogado. Apenas um exame de perícia do Instituto Médico Legal (IML) poderá indicar a causa exata da morte.

O inquérito deve ajudar à Polícia Civil a descobrir se, de fato, a motivação do crime foi essa ou se havia algum interesse financeiro. A delegada também quer saber se houve a participação de outras pessoas no assassinato ou na ocultação do corpo.

Enquanto isso, Cléa deve permancer presa preventivamente. Nos próximos dias, familiares e outras pessoas que podem ajudar no inquérito serão ouvidas.

Vida a dois na Itália

No primeiro depoimento que Cléa deu à polícia, logo quando confessou o crime, ela relatou à delegada plantonista Paula Frassinete como conheceu o advogado.

“Ela contou que morou por 14 anos na Itália, e vivia há um bom tempo com ele lá, mas era um relacionamento muito conturbado. Ele a ameaçava, algumas vezes chegando a agredi-la fisicamente. Além disso, ela disse também que o namorado era usuário de drogas pesadas. Até no primeiro dia em que se conheceram pessoalmente, ele a apresentou um kit de drogas, com cocaína e crack”, diz a delegada.

Ainda neste primeiro depoimento, Cléa já dizia que era obrigada a participar dos rituais de magia negra.

“Ela disse que ele tinha isso de fazer magias negras, mas não foi muito clara com relação ao ritual. A única coisa que disse era que envolvia sal grosso, e às vezes se cortavam. Ela participava, coagida por ele”.

Cléa disse à polícia que voltou a Alagoas já com a ideia de se separar do advogado, mas ele acabou vindo junto. Para a delegada Paula, a versão é contraditória.

“Ela veio para cá no ano passado com ele, que foi quando a família o conheceu, e nesse ano, veio em definitivo. A Cléa se contradisse com relação ao mês que chegou. Primeiro disse junho, depois setembro. A mãe dela também não soube precisar a data. Como o prazo de permanência dele aqui seria de três meses, legalmente, acredito que ele ainda estivesse dentro do prazo quando ocorreu o crime”, disse

G1

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