Olho Vivo: Atitude “irresponsável” de prefeito JC gera desconforto para vereadores e professores

Conhecido por anunciar grandes conquistas e na prática os resultados serem poucos, o prefeito de Palmeira dos Índios Julio Cesar, durante a festa dos professores no último dia 28- data que se comemora o Dia dos Servidores Públicos, anunciou que a categoria receberá em breve um 14 salário, ou seja, a sobra dos recursos do Fundeb seria distribuída aos profissionais da área, gerando dessa maneira uma enorme euforia.

Durante o seu discurso, JC citou que o grupo liderado por Agenor Leôncio estava barganhando algo estranho para aprovar este importante pleito, algo negado pelos nove vereadores. Com isso, gerou grande mal-estar entre os grupos de vereadores na sessão plenária dessa semana.

“O prefeito mais uma vez tapeou a população. Tirou de sala os professores por conta de uma mentira, ele precisa se explicar. Estarei do lado de qualquer gestão que trabalhe com a verdade. Sempre fui um defensor dos professores, tenho mãe e tias professoras e sei que são de fundamental importância para a sociedade”, rebateu o vereador Cristiano Ramos.

O líder do grupo, vereador Agenor Leôncio disse que o prefeito mais uma vez não usou da verdade. “Prefeito, o senhor deve ao menos desculpas a nós, o senhor errou e mentiu. Quis jogar a classe contra nós vereadores. Não somos contra seus projetos, o que for bom para Palmeira será aprovado, porém, todos os gastos precisam passar pela Câmara, estamos cumprindo nosso papel de fiscalizar e estamos do lado dos professores”.

Munido do requerimento no qual indica 60% dos precatórios para os professores, o vereador Madson Monteiro rebateu as acusações do prefeito e afirmou que sempre defendeu o repasse. “Nunca pedi nada ao prefeito, o que pedi está aqui, o requerimento dos 60% dos precatórios para os professores, que ele negou indo até o MPF, para aplicar os recursos na educação”, desabafou.

O vereador Fabiano Gomes, que é correligionário de Júnior Miranda, atual presidente do Legislativo local exigiu do vereador Pedrinho Gaia a divulgação dos nomes das pessoas envolvidas em atos desonestos, o que gerou enorme rebuliço entre os parlamentares. “O prefeito no início de seu mandato anunciou o nome de Márcia Souza como secretária de educação, e um mês após, anunciou o nome de Alcineide Nascimento, para a pasta”, relembrou Pedrinho.

Por sua vez, Miranda usou da palavra para rebater a acusação afirmando ser a indicação, um acordo de campanha. (VEJA VÍDEO).

Por fim, alguns vereadores afirmaram que o prefeito JC não estava com o pleno juízo no momento de seu infeliz discurso- sendo que o prefeito solicitou a Secretaria de Educação Alcineide Nascimento, que é esposa do presidente da Câmara de Vereadores Júnior Miranda, a liberação dos profissionais para acompanhar a votação da matéria.

Ficou evidente que o gestor tentou confundir a classe ao anunciar que seria votado pela Câmara de vereadores o rateio dos precatórios do Fundeb, porém, dentre alguns projetos que entraram em pauta, estavam o Projeto de Lei 023/2018 de autoria do Executivo sobre a abertura de Crédito Suplementar ao Orçamento, além do Projeto de Lei 022/2018,sobre a abertura de Crédito Especial ao Orçamento de 2018. O que gerou tumulto e desconforto para vereadores e professores.

Segundo os representantes do SINTEAL, o “prefeito está fingindo que diz a verdade e a gente faz que acredita nele. Ou ele pensa que estamos acreditando nessa espera pela decisão do STF e TCU. Não rateou ainda porque não teve interesse. Estamos de olho em quem está do nosso lado”, disse uma das integrantes.

Repúdio

Os vereadores por Palmeira dos Índios, Agenor Leôncio (PSB), Ronaldo Raimundo Jr (PROS), Madson Monteiro (PHS), Maxwell Feitosa (PMN), Val Enfermeiro (PMN), Abraão do BMG (PRTB), Pedrinho Gaia (MDB), Dindor (PRTB) e Cristiano Ramos (PDT) emitiram nota de repúdio nesta terça-feira (30), após o pronunciamento polêmico.

Confira nota na íntegra

Os vereadores, Agenor Leôncio, Ronaldo Raimundo Jr, Madson Monteiro, Maxwell Feitosa, Val Enfermeiro, Abraão do BMG, Pedrinho Gaia, Dindor e Cristiano Ramos vêm a público reafirmar o compromisso em ratear os recursos dos precatórios do Fundef que estão depositados na conta da prefeitura.

Durante a festa dos servidores no Clube Campestre, realizada nesta segunda-feira (29), o prefeito Julio Cezar fez um discurso, tentando confundir a Lei Orçamentária enviada pelo Poder Executivo à Câmara de Vereadores, com o rateio do Fundef. No Projeto de Lei n. 023/2018, sobre a abertura de Crédito Suplementar, enviado aquela Casa de Leis, pode-se observar que em nenhum trecho do projeto o prefeito trata de rateio dos precatórios do Fundef ao qual ele se refere em discurso.

Os vereadores salientam que esses recursos dos precatórios são dos professores que dedicaram suas vidas a formar gerações de palmeirenses. 

Por fim, os vereadores ressaltam que sempre se posicionaram a favor dos profissionais da educação. Caso o STF decida favorável ao rateio, esses vereadores que subscrevem esta nota, se comprometem a elaborar e votar um projeto de Lei que garanta o rateio de 100% do que os professores têm direito dos recursos provenientes dos precatórios do Fundef. 

Por fim, ressaltam seu respeito e apreço pela classe da educação, afirmando que o professor é a base de qualquer sociedade que deseja se desenvolver.

Precatórios

O prefeito Julio Cezar e o MPF firmaram acordo judicial correspondente a ação civil pública, para aplicação dos recursos oriundos do Fundef, exclusivamente na educação e não ratear com professores. (Foto: Ascom/MP)

O prefeito Julio Cezar e o MPF firmaram acordo judicial correspondente a ação civil pública, para aplicação dos recursos oriundos do Fundef, exclusivamente na educação e não ratear com professores. (Foto: Ascom/MP)

Em dezembro do ano passado, o MPF firmou acordo judicial com seis municípios, dentre eles, Palmeira dos Índios, correspondente a ação civil pública, para aplicação dos recursos oriundos do Fundef, exclusivamente na educação.

O prefeito Julio Cezar se comprometeu a aplicar a integralidade dos valores do precatório referente ao Fundef, exclusivamente na manutenção e desenvolvimento da educação básica pública do município.

O gestor concordou inclusive, em não utilizar os recursos para rateio, repartição entre os profissionais do magistério da educação básica efetivo em exercício na rede pública com intuito de atingir o patamar de 60%, mesmo havendo lei municipal prevendo tal rateio.

 

 

 

 

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