Motorista foi morto após ser flagrado arrombando carros no José Tenório, diz PC

Gabriel Santos da Silva, de 20 anos, confessou o homicídio FOTO: CORTESIA

A Polícia Civil revelou, em entrevista coletiva no final da manhã desta quinta-feira (20), detalhes sobre o homicídio do motorista José Valdir dos Santos, cujo corpo foi encontrado na quarta numa mata do conjunto José Tenório. De acordo com as investigações, o servidor público foi morto por estar roubando na região.

Uma pessoa foi presa pelo crime. Além de Gabriel Santos da Silva, de 20 anos, o assassinato teria sido cometido também por Lucas Ferreira dos Santos, conhecido como Neguinho, que segue foragido. Os dois, que seriam traficantes na localidade, moram no José Tenório e teriam matado José Valdir depois de flagrá-lo em ação.

“O Gabriel mora no José Tenório e saiu de casa por volta de 1h50, indo até as proximidades de onde o corpo foi encontrado. Ele estava bebendo com amigos quando viu um rapaz tentando arrombar um carro usando uma lanterna, uma chave de fenda e um alicate. O Gabriel e o comparsa disseram para que ele não roubasse na área deles”.

O delegado acrescenta que, ao ser abordado, José Valdir correu e decidiu entrar na mata. Foi quando acabou executado. A dupla, que usou um facão para cometer o homicídio, ainda amputou a mão da vítima.

Gabriel, que estava em regime semi aberto por tráfico de drogas, usava uma tornozeleira eletrônica, que o coloca no local do assassinato. Depois de preso pela polícia, ele confessou o crime e levou os policiais até o local onde estava o membro do motorista, que não havia sido encontrado ontem.

“A mão estava em um córrego nos fundos de uma chácara onde o Lucas trabalha. Eles andaram por dois quilômetros com a mão até enterrá-la como um prêmio por terem decepado a mão de um ladrão da região”, expõe Thiago Prado, acrescentando que o pó encontrado em volta do corpo era gesso proveniente da chácara.

Além do facão, a dupla também utilizou a chave de fenda de José Valdir para golpeá-lo. “Ele estava arrombando veículos com as ferramentas que foram apreendidas e encontradas na casa dos autores”, aponta o delegado, que classifica a morte como um crime de ímpeto. “Eles viram o indivíduo arrombando e o executaram logo em seguida”.

Ele destaca que o celular da vítima, que passou por perícia, não forneceu informações adicionais sobre o caso e que o motorista agia sozinho, tendo ido ao José Tenório por conta própria. Ele chegou dirigindo o próprio carro, um Golf, e estacionou no local para que pudesse cometer arrombamentos em ruas do entorno.

De acordo com as investigações, os suspeitos não tinham conhecimento de que o motorista estava com um veiculo ali perto e, por isso, não teriam voltado para levar os pertences dele. No interior do automóvel foram encontrados o telefone e a carteira com documentos e R$ 490 em dinheiro.

José Valdir já tinha passagem pelo crime desde 2011. “Provavelmente ele vinha cometendo arrombamentos desde 2011 sem deixar vestígios, na calada da noite”, diz Thiago Prado. “O veículo dele provavelmente era proveito do crime, já que o salário não era compatível. Ele tinha uma renda extra que acreditamos ser proveniente dos arrombamentos”.

Durante a coletiva, o delegado também comentou a frieza da mulher da vítima ao saber da morte. “A frieza provavelmente se deve por ela já ter conhecimento de que o marido saía de casa naquela hora para cometer arrombamento de veículos”, destaca ele, que dá o caso como encerrado.

A Polícia Civil aguarda apenas os laudos do Instituto de Criminalística para fundamentar o inquérito.

Fonte: Gazeta Web

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