Municípios de Alagoas continuam sem receber água da Operação Carro-Pipa, mesmo após decreto de emergência

Mais de duzentas mil pessoas em Alagoas sofrem com a falta d’água, sendo que 90% delas dependem unicamente dos caminhões-pipa, de responsabilidade do Governo do Estado e do Exército.

Há quase um mês, esse auxílio foi suspenso por causa do fim da validade do decreto de emergência anterior. Agora, com o novo decreto, o abastecimento já deveria ter sido retomado. A Defesa Civil diz que ainda falta a liberação de recursos do Ministério da Integração Nacional.

O Ministério, por sua vez, afirma que os recursos já estão disponíveis e que cabe ao Exército retomar a distribuição da água.

Em nota, o Exército explicou que a ordem para o início dos trabalhos de reinclusão dos municípios no cronograma de distribuição foi recebida pelo comando do 59º Batalhão de Infantaria Motorizada (BIMTz) nesta quinta-feira (23).

A instituição diz ainda que o reinício da distribuição de água nos municípios será retomada à medida queum levantamento das necessidades dos locais seja concluído. O Exército diz que trabalha para que essa parte do planejamento seja concluída o mais breve possível.

Quando os caminhões-pipa estão abastecendo, cada pessoa recebe cerca de vinte litros de água por dia, abaixo dos 100 litros diários recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Alguns municípios contrataram caminhões particulares, mas não é o suficiente pra atender a população.

Enquanto a situação não se resolve, a população sofre com água até para as atividades básicas, como lavar roupas, cozinhar e tomar banho.

A dona de casa Maria Ferreira Lima Bezerra, moradora do município de Jaramataia, no Sertão alagoano, conta que faz o possível para economizar a pouca água a que tem acesso. “Tem que economizar assim, coloca um balde, toma banho, sobra a metade. Metade vai e lava uma peça de roupa, uma pecinha duas, e vai economizando.”