Colégio Pio XII, saudade que ficou!
Hoje, lanço meu mais novo blog no Estadão Alagoas. E não poderia ser diferente, se falasse em outra coisa que não fosse Palmeira dos Índios.
Primavera chegando e amigos das décadas de 40,50,60 e 70 se encontrando no 12 º Encontro dos Ex-Alunos e Ex-Professores do tradicional Colégio Pio XII, da congregação dos padres do Sagrado Coração de Jesus.
Acredito eu, que este ano o encontro será marcado pelas presenças de ex-alunos que residem em Brasília, Acre, Tocantis, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Espirito Santos.
Teremos um final de semana voltado para a palavra “Saudade” e todos nós temos em nossas memórias histórias que só mesmo nós que vivemos naquela época dourada a juventude palmeirindiense sabemos e podemos entender esse amor de todos nós por essa cidade tão bela, tão amada, porém, sempre relegada ao segundo plano pelos seus filhos que se elegem prefeitos.
Palmeira Dos Índios é uma cidade que tem tudo haver com as grandes cidades do país. Rio de Janeiro,Belo Horizonte e Rio Grande do Sul em cada capital dessas citadas existe uma lagoa. Em Palmeira, temos a “Lagoa do Goiti”. Salvador tem a sua famosa praça da Sé, Palmeira também tem uma praça da Sé,que fica em frente ao Palácio Episcopal, (Residência oficial do Bispo Diocesano), que por sua vez fica defronte a Praça Monsenhor Francisco Xavier de Macedo. O Rio de Janeiro tem o seu famoso Cristo Redentor, Palmeira dos Índios temos no alto da serra do Goiti o nosso Cristo de abraços aberto ao convite e ao abraço a quem chega e vai ate lá visita-lo. Palmeira dos Índios e suas serenatas na praça de São Pedro, em frente ao Santuário de São Pedro, onde Paulo Gato, Sebastião Tupã, Antonio Manoel de Góes davam as noites de lua, seus cantos ali mesmo na porta principal do Santuário de São Pedro.
Palmeira Dos Índios da Rua Chico Nunes, que nós fazíamos questão de chamar de Rua da “Gandaia”,e nessa rua todos nós íamos aos seus bares para tomar uma cajuína, os de idade tomavam cerveja ou tomavam uma bicada de cachaça ou de Zinébra, sempre acompanhadas com torresmo ou com um camarão de água doce.
Hoje onde se encontra a Praça Minervo Fernandes Pimentel, praça em frente a Igreja de Nossa Senhora dos Pretos,(hoje museu Xucuru), do lado direito da praça ficavam os vendedores e trocadores de gaiolas e passarinhos. Mais em cima, ficava a feira de galinha onde você podia comprar qualquer tipo de ave.
No lado esquerdo da praça ficava a feira das “loiceras”,era assim como eram conhecidos os artesãos da época, além de muitos animais feitos de barros, tínhamos cabaças, potes, jarras e purrões todos feito de barro.Tinha muita peneira de palha de vários tamanhos, balaio, caçuá,afinal o que você procurava na “Feira de Palmeira dos Índios” tanto na quarta como no sábado, você encontrava.
A rua Dr.Manoel Moreira e Silva, onde até hoje moram; José Barbosa Sobrinho,(seu Barbosa da Farmácia), residência do sr. Rosalvo Damião, (onde hoje é a residencia do advogado Everaldo Damião da Silva) nessa rua também morava o sr.Olavo Victorino da Rocha, que nos dias de feiras a fruta que você procurasse encontrava. Ah, que saudade dos sapoti, jacas, fruta pão, figo, pinha, bananas de vários tipos, laranjas mimo do céu, lima, baia e a laranja comum.
Tudo isso era vivenciados por nós estudantes do tradicional Colégio Pio XII,em frente a Catedral de Nossa senhora do Amparo, as pilhas de abacaxi, melancias, quando chovia a quantidade de água levava vários frutos para a rua de Baixo (major Cicero de Góis Monteiro),onde está localizada a Caixa Econômica Federal, Academia de Letras e tantos outros órgãos. Quem não lembra do sr. José Vieira (cabeleireiro),do salão de dona Irena Cavalcanti, mãe da médica Irene Márcia Cavalcanti. Serão esses fatos e outras histórias, que serão relembradas no nosso encontro.
Uma pequena história sobre o Colégio Pio XII.
Em 1943 o vigário da cidade, Pe. Francisco Xavier de Macedo,formou uma comissão composta pelos senhores:Manoel Passos Lima,Manoel Sampaio Luz (Juca Sampaio),José Pinto de Barros,Lourival Pantaleão,Tenente José Antonio e o Pe. Luiz Ferreira Neto,cujo o presidente da comissão era o senhor bispo Dom Fernando Gomes,da diocese de Penedo.
Em 1944 prefeito de Palmeira dos Índios José Pinto de Barros,compra o terreno que pertencia aos herdeiros do marceneiro Manoel Gomes. Nesta época a secretaria da educação do estado de Alagoas era dirigida pelo Padre Medeiros Neto.No dia 14 de julho de 1946,na presença do superior provincial da ordem do Sagrado Coração de Jesus,seção norte,oPe.Henrique V.D.Horst, foi nomeado o primeiro diretor do novo estabelecimento de ensino Pe.Dimas Gomes de Brito e dos Padres;Estevão Van Kraaij e Ludgero Raaijmakeres.
Em 23 de janeiro de 1947,o Ministério da Educação ,na época instalado na cidade do Rio de Janeiro reconhece o novo estabelecimento de ensino,ou seja do primário ao quarto ano de ginásio.
Em 17 de novembro de 1958,chega a nova portaria do Ministério da Educação autorizando o ensino do segundo graus: Colegial e Científico.
Tudo isso e bem mais causos e causos, serão contados e reverenciados por todos nós no dia 30 de setembro de 2018.
Milton Nascimento disse isso há bastante tempo: “Amigo é coisa pra se guardar ,no lado esquerdo do peito,dentro do coração,mesmo que o tempo e a distância diga não!Qualquer dia desses amigo a gente vai se encontrar…!” Esse dia está chegando, em 30 de setembro de 2018.