PF diz que mais de 100 pessoas em Alagoas podem ter recebido ilegalmente benefícios do INSS
Centenas de pessoas de diversos municípios de Alagoas podem ter sidos favorecidas com benefícios previdenciários ilegais investigados pela Polícia Federal (PF) na Operação Cacimbas, realizada nesta quarta-feira (22). O esquema era centralizado na agência da Previdência Social de Junqueiro, Agreste do estado.
O valor do prejuízo ainda não foi contabilizado. De acordo com o delegado Alexandre Borges, as pessoas envolvidas no esquema são dos municípios de Santana do Ipanema, Palmeira dos Índios, Teotônio Vilela e Cacimbinhas, mas os benefícios ilegais saíam de Junqueiro.
“Foram centenas de pessoas favorecidas coma atuação dessa quadrilha. Nós temos mais de 15 inquéritos policiais que tramitam aqui na Previdência para tratar desse caso. Eu lhe asseguro que foram mais de 100 pessoas beneficiadas”, disse o delegado, ao ressaltar que o levantamento está sendo feito pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Durante a operação, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão. Ninguém foi preso, mas os policiais apreenderam diversos documentos.
Segundo o delegado da PF, as investigações começaram após o recebimento de denúncias anônimas. “Descobrimos que havia uma quadrilha que estava cooptando pessoas interessadas em receber benefícios previdenciários e levando para uma determinada agência do INSS, onde havia um servidor que estava facilitando essas concessões. Cada aliciador foi pego em uma região diferente e todos levavam para a mesma agência, a de Junqueiro”.
A fraude acontecia por meio de documentos falsificados, em que pessoas comuns que não faziam recolhimento do imposto previdenciário, e portanto não teriam direito à aposentadoria, eram transformadas em seguradoras sociais.
“Normalmente eram donas de casa, cujo o esposo é comerciante, é pedreiro, pintor, então normalmente elas não teriam direito a benefício. Elas eram transformadas artificialmente em agricultores através de certidão de nascimento falsa, de casamento, inserindo a profissão de agricultor e também com a confecção de comodatos falsos”, disse o delegado.