Ex-diretor da CIA ameaça recorrer à Justiça contra Trump
O ex-diretor da CIA John Brennan disse neste domingo (19/08) que pode recorrer à Justica depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, revogou seu acesso a informações confidenciais e suas credenciais de acesso à Casa Branca.
Brennan, que chefiou a agência de inteligência dos EUA entre 2013 e 2017, disse que tem consultado advogados para saber como deve proceder. “Se esse é o preço que tenho de pagar para evitar que Donald Trump faça o mesmo a outras pessoas, para mim é um pequeno preço a pagar”, disse Brennan ao programa Meet the Press, da rede NBC. “E se isso significa ir aos tribunais, irei”.
Brennan também disse que a atitude de Trump “é um sinal claro de que, se você cruzar seu caminho, ele usará todas as ferramentas ao seu dispor para punir você”.
Na semana passada, Trump retirou as credenciais de acesso à Casa Branca e à informação confidencial de Brennan. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, justificou a decisão pelo que descreveu como comportamento “errático” de Brennan.
O ex-diretor CIA tem criticado o atual governo e chegou a qualificar recentemente Trump como um “perigo” para a segurança nacional dos Estados Unidos.
Além disso, Brennan disse ter se mostrado surpreso “pela quantidade de vezes que o presidente não tem controle na hora de manter os padrões mínimos de decência, civilidade e honradez” ao comentar o recente insulto de Trump a uma ex-assessora da Casa Branca, que foi chamada pelo presidente de “cadela”.
No sábado (18/08), sete ex-diretores da CIA assinaram uma carta de apoio ao colega, na qual afirmaram que a medida contra Brennan é “profundamente lamentável”, e advertiram que é um “tentativa de sufocar a liberdade de expressão”.
Também no sábado, Trump criticou Brennan, a quem chamou de “charlatão”.
“Alguém olhou os erros de John Brennan quando servia como diretor da CIA? Será lembrado facilmente como o pior da história e desde sua saída, se transformou em nada menos que um charlatão, partidário, pirata político em quem não se pode confiar os segredos do nosso país”, disse Trump no Twitter.