Animação em areia, ‘Guaxuma’ concorre ao Kikito de melhor curta nacional em Gramado

Exibido na noite de sábado (18), no Palácio dos Festivais, o curta “Guaxuma” arrancou risos, aplausos e emocionou o público que acompanha o 46º Festival de Cinema de Gramado. Um dos 14 competidores pelo Kikito de melhor curta nacional, o filme de 14 minutos conta a história de duas amigas de infância que são abaladas por uma tragédia, com um visual que é tão belo quanto inusitado: “Guaxuma” é uma animação feita de areia.

Guaxuma é uma praia de Alagoas, onde a diretora Nara Normande passou a infância. Daí surgiu a ideia de trabalhar com a areia e contar a sua história de criança no filme. “Eu sempre tive esse sentimento de falar sobre o lugar onde nasci, essa nostalgia”, conta.

Filme conta história melancólica de duas meninas que crescem juntas em uma praia alagoana (Foto: Reprodução )

Filme conta história melancólica de duas meninas que crescem juntas em uma praia alagoana (Foto: Reprodução )

Para conseguir levar a produção às telas, Nara buscou apoio na França, onde encontrou animadores que já haviam trabalhado com filmes em animação formados por areia. As cenas de “Guaxuma” foram gravadas na própria praia, e também em Recife, Paris e no litoral português.

Foram dois anos e oito meses de produção. “É muito tempo”, reconhece a cineasta, já premiada em uma mostra paralela de Cannes, com o curta “Sem coração”.

As cenas gravadas em stop motion (técnica que emprega bonecos para criar movimentos), por exemplo, levavam um dia para conseguir somente um take. Já os animadores que trabalhavam com os desenhos de areia, em uma base de vidro, conseguiam fazer cinco desenhos por dia.

Mas o esforço teve bons resultados, acredita Nara. “Guaxuma” ganhou o prêmio Canal Brasil, do Festival Animamundi, e vai para o Festival de Cinema de Brasília, depois de Gramado. Deve entrar em exibição no canal no ano que vem, e ser disponibilizado na internet após aparecer nos festivais.

Além de “Guaxuma”, o curta “Um filme abaixo do orçamento” também já foi exibido no festival. Considerado uma comédia metalinguística, pois fala sobre a própria produção de um filme, a produção conta a história de um instituto de ciências que está perdendo o seu financiamento e seus integrantes decidem fazer um filme para tentar salvar a organização.

Neste domingo (19), são exibidos “Plantae” e “Majur” na mostra competitiva. Confira a lista completa de concorrentes abaixo. A premiação ocorre na cerimônia final, no próximo sábado (25), com transmissão ao vivo do G1.

Curtas nacionais

  • “À Tona” (DF), de Daniella Cronemberger
  • “Apenas o Que Você Precisa Saber Sobre Mim” (SC), de Maria Augusta V. Nunes
  • “Aquarela” (MA), de Thiago Kistenmacker e Al Danuzio
  • “Catadora de Gente” (RS), de Mirela Kruel
  • “Estamos Todos Aqui” (SP), de Chico Santos e Rafael Mellim
  • “Um Filme de Baixo Orçamento” (SP), de Paulo Leierer
  • “Guaxuma” (PE), de Nara Normande
  • “Kairo” (SP), de Fabio Rodrigo
  • “Majur” (MT), de Rafael Irineu
  • “Minha Mãe, Minha Filha” (ES), de Alexandre Estevanato
  • “Nova Iorque” (PE), de Leo Tabosa
  • “Plantae” (RJ), de Guilherme Gehr
  • “A Retirada Para Um Coração Bruto” (MG), de Marco Antonio Pereira
  • “Torre” (SP), de Nádia Mangolini
G1

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