Paulinho, o jogador da seleção brasileira de origem Xucuru com descendência em Alagoas

O Nordeste tem dois jogadores pé quente na Seleção Brasileira que disputam a Copa do Mundo da Rússia. Um, é alagoano nato do Trapiche da Barra, em Maceió. O outro, nasceu em São Paulo, é descendente da tribo Xucuru Cariri em Pesqueira (PE).

O conhecido atacante alagoano nato, Roberto Firmino, responsável pelo segundo gol contra o México, nesta segunda (02), encheu os conterrâneos de felicidade e orgulho.

O segundo, é José Paulo Bezerra Maciel Júnior, o Paulinho, de origem Xucuru Cariri, que ocupa atualmente a posição de meia na seleção brasileira,  além de jogar no Barcelona. Paulinho é o nome do cara, sangue Xucuru. Em caro passado, fora a flecha Fulni-ô das Alagoas, Mané Garrincha de sangue indígena, mestres fundindo genomas, mas sempre gols de bailarino.

Paulinho é o terceiro maior goleador do Campeão, na liga espanhola. Só perde para Messi e Suarez. Ele passou por vários times e países.

Os traços de José Paulo não enganam sua origem indígena. Outros integrantes da seleção, como Neymar e Thiago Silva, parecem ter uma porção indígena em sua genética, mas a de Paulinho é diretíssima, afinal, seu pai é puro sangue xucuru.

Origem Xucuru Cariri

José Paulo Maciel, pai de Paulinho, que é quase homônimo dele, só acrescentando o “Júnior”, saiu de Pesqueira com oito anos para morar com parentes na Vila Maria, em São Paulo. Lá trabalhou fazendo sandálias. E lá conheceu aquela que seria a mãe de Paulinho, uma vizinha de bairro que também era nordestina – de Delmiro Gouveia. Paulinho nasceu em São Paulo, seus pais ficaram casados por 12 anos, tiveram dois filhos (Erik e Paulinho), mas logo após o nascimento do jogador se separaram.

O jogador foi criado pelo padrasto, Marcos, a quem também chama de pai, após, em 2002, José Paulo voltar para Pesqueira para cuidar da mãe doente e se distanciou ainda mais do filho, virando um pai de telefonemas ocasionais desde que Paulinho tinha 13 anos de idade.

As brigas separam casais e também separam etnias. Os xucurus de Pesqueira viveram um grande conflito interno em 2003, com atentado contra o cacique, saques e a consequente expulsão de parte dos índios. Os cerca de 300 índios expulsão de parte dos índios. Os cerca de 300 índios expulsos foram encaminhados para uma fazenda comprada pelo governo, mas o local improvisado tem estrutura quase nula.

A tribo Xucuru Cariri de Pesqueira em Pernambuco e a Xucuru Kariri de Palmeira dos Índios, em Alagoas, se fundiram no século XVIII. “Os índios Xucuru Cariri é a etnia de Palmeira dos Índios, mas adotaram o K por causa de troncos linguísticos. Os Xucuru de Palmeira, são oriundos de Porto Real do Colégio e de Pesqueira, logo são descendentes dos Xucuru Cariri da qual o Paulinho também descende”, afirma o professor e historiador, Adelson Lopes.

Alguns dos descendentes da tribo Xucuru da qual Paulinho é descendente, falam da satisfação de ter um membro indígena na seleção. “O Paulinho é um grande orgulho para nós. Ter um Xucuru na seleção é uma honra”. define o cacique Siba da reserva localizada em Pesqueira, no agreste pernambucano.

A seleção brasileira além de se manter como favorita na Copa do Mundo da Rússia tem um grande reforço, a ajuda espiritual dos Xucuru.

Índios bons de bola

Outro nordestino e alagoano que fez história no futebol, foi José Sátiro do Nascimento, o Índio, ou Iracã, ex-lateral-direito do Corinthians, natural de Palmeira dos Índios-AL.

Índio nasceu na tribo Xucuru-Kariri, em Palmeira dos Índios, em Alagoas. Há 13 anos, o pai do jogador, que é um dos caciques da aldeia, migrou parte da tribo para a cidade mineira de Poços de Caldas. Suas conquistas mais importantes pelo Timão foram os Brasileiros de 1998 e 99 pelo Campeonato Brasileiro.
Mané Garrincha (Reprodução)

O maior ídolo da história do Botafogo Mané “Garrincha, é a flecha fulniô das Alagoas e também tem raízes indígenas. Nascido em Pau Grande, no Rio de Janeiro, Mané é filho de pai alagoano. Seu Amaro dos Santos era natural de Quebrangulo, interior do estado, e foi criado na aldeia dos fulniôs, índios de origem pernambucana, mas que por conta de perseguições foram para Alagoas em 1860.

Garrincha, teve vários apelidos durante a vida de jogador. Anjo das Pernas Tortas, Alegria do Povo ou simplesmente Mané, era o “flecha fulniô”.
A origem de Garrincha foi relatada pelo jornalista Ruy Castro, o maior biógrafo do jogador e o primeiro a observar e constatar em sua obra a importância dessa ancestralidade indígena para interpretar tanto a exuberância e a simplicidade de seu futebol, quanto o comportamento avesso às normas sociais e à disciplina.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *