Últimos a estrearem na Copa 2018, Polônia e Senegal jogam em Moscou
Polônia e Senegal duelam a partir do meio dia desta terça-feira (19/6), no Estádio Spartak, em Moscou, no último jogo da primeira rodada da Copa do Mundo da Rússia. Os europeus apostam no faro de gol do craque Robert Lewandowski, do Bayern de Munique. Já a esperança dos africanos é o atacante Sadio Mané, vice da Liga dos Campeões da Europa pelo Liverpool na temporada 2017-2018.
Antes do jogo
A Copa do Mundo da Rússia começou ruim para os africanos. Todas as quatro seleções do continente que jogaram até agora perderam os seus jogos: Tunísia, Egito, Nigéria e Marrocos. Em alguns casos, a chance de classificação já é remota. O Egito decide a sua sorte contra os donos da casa também nesta terça, às 15h
A Nigéria perdeu para a Croácia e ainda terá a Argentina (desesperada) pela frente. Resta Senegal. “Não entramos pressionados pelos resultados ruins dos outros times africanos. São coisas diferentes”, afirmou o técnico senegalês Aliou Cissé.
Aos 42 anos, o treinador mais jovem do Mundial reconhece o declínio dos times africanos. “Nós podemos fazer mais. Mas estamos aqui”, disse. “Temos realidades diferentes em outros continentes, mas temos nossas qualidades e estamos aptos a ganhar do Brasil, Alemanha e outros. Nós não temos complexo dos europeus. Temos vários africanos nas grandes ligas”.
Aliou Cissé foi o capitão senegalês na campanha histórica de 2002. Ele jogou ao lado de nomes como Diouf, Fadiga e Papa Bapa Diop. A comissão técnica conta ainda com outros dois jogadores de 2002: Tony Sylva e Omar Daf. “Naturalmente são feitas muitas comparações, mas aquele time já criou a parte dele na história. Nós temos bons jogadores e podemos criar a nossa história”, disse o técnico.
Formação
Vários fatores explicam a estagnação do futebol africano. Um deles é a falta de capacitação de treinadores nas categorias de base. Falta gente para formar os meninos. Pela falta de um mercado interno forte e competitivo, os países africanos exportam os seus craques para a Europa. Com isso, não conseguem ter um campeonato forte. É um círculo vicioso. Camarões não consegue produzir a mesma quantidade de craques que o Brasil, por exemplo.
Com isso, as seleções vivem de estrelas solitárias. O Egito aposta em Salah; Senegal deposita sua esperança em Sadio Mané, do Liverpool. Todos os convocados atuam no exterior. Cinco deles jogam na primeira divisão inglesa; outros cinco atuam na elite francesa. Entre os destaques estão o zagueiro Koulibaly, do Napoli, e o atacante Keita Baldé, do Mônaco. O treinador nega que o time dependa de Mané. “Ele é um jogador único, mas temos um jogo coletivo”, disse o treinador.
Outro problema do continente africano é a questão política. Vereadores, deputados e até ministros interferem diretamente nos clubes de futebol, dos programas de treinamento à escalação do time e até nos torneios. Poucos projetos têm continuidade e planejamento de médio prazo.
O último entrave é estrutural. Treinadores que trabalharam no continente lá apontam que faltam centros de treinamentos e academias — enfim, a estrutura básica para formar atletas. Um cenário parecido com o que o Brasil vivia décadas atrás.
Otimismo
Apesar dos problemas, o técnico de Senegal é otimista. “Um dia, teremos um africano como campeão. Um passo importante é que a África comece a formar seus próprios treinadores”, afirma.
Seu desafio de fazer com que Senegal avance à próxima fase, resgatando o prestígio que teve 16 anos atrás, corre paralelamente a um traço pessoal: o treinador é o único negro entre os 32 que comandam as seleções na Copa do Mundo da Rússia. “A cor da pele não é tão importante. O futebol é universal. Faço parte de uma nova geração de treinadores que está trabalhando em boas equipes e querendo se firmar”. (Com informações da Agência Estado)
Ficha técnica
Polônia x Senegal
Copa do Mundo da Rússia 2018
Grupo H – 1ª rodada
12h
Estádio Spartak
Moscou, Rússia
Polônia
Szczesny; Rebus, Pazdan, Bednarek e Piszczek; Grosicki, Goralski, Krychowiak, Kuba e Zielinski; Lewandowski
Técnico: Adam Nawalka
Senegal
N’Diaye; Gassama, Mbodji, Koulibaly e Sabaly; Alioune Ndiaye, Kouyaté e Gueye; Blde, Niang e Mané
Técnico: Aliou Cissé
Árbitro: Nawaf Shukralla (BAH)
Metrópoles