Agentes recolhem pendrives e chocolate na cela de Estevão e Dirceu
A operação, batizada de Bastilha, foi realizada pela Coordenação de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, chefiada pelo delegado Fernando César Costa, e pela Promotoria de Execução Penal do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).
As buscas foram autorizadas pela Vara Criminal de São Sebastião. A ação foi gravada, mas as imagens não serão divulgadas para não expor o interior da cadeia.Segundo a Polícia Civil, as investigações tiveram início há quatro meses, quando chegaram ao conhecimento da Divisão de Repressão às Facções Criminosas informações sobre supostas ameaças realizadas por internos do sistema prisional do DF contra agentes públicos, entre eles, delegados de polícia e juízes.
“Foi instaurado inquérito policial para investigar os fatos e, no decorrer das apurações, as ameaças não foram confirmadas. Porém, surgiu a informação da concessão de regalias em benefício aos citados ex-agentes políticos, presos e recolhidos no Centro de Detenção Provisória [CDP]“, explicou o delegado Fernando César Costa.
Até a noite desse domingo (17), os advogados de Luiz Estevão disseram não terem sido informados e preferiram não comentar o assunto até que tomem conhecimento da ação.
Segunda operação
A operação ocorre um ano e meio depois de policiais lotados na Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe) vistoriarem o local e recolherem uma cafeteira e cápsulas de café, além de chocolate e macarrão.
O empresário Luiz Estevão é o que está há mais tempo na cela 4. Ele cumpre pena há dois anos e dois meses por peculato, estelionato e corrupção ativa em razão do episódio da construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP).
José Dirceu foi condenado a 30 anos e 9 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema de corrupção da Petrobras. Ele chegou à Papuda em 18 de maio de 2018.
Geddel Vieira Lima foi indiciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de investigação. Denunciado na Operação Cui Bono, também virou alvo da Polícia Federal após serem encontrados R$ 51 milhões dentro de malas em um apartamento ligado a ele, em Salvador (BA).