Grupos de AL pró-intervenção acreditam que militares vão acabar com a corrupção
Na última segunda-feira (28), o Brasil acordou com diversos manifestantes pedindo que militares das Forças Armadas saíssem dos quartéis para derrubar a República “em nome do fim da corrupção de uma vez por todas”. Em Alagoas, não foi diferente. Por mais de 24 horas, um grupo com cerca de 200 pessoas transformou a Avenida Fernandes Lima em trincheira, clamando que os militares do 59º BIMtz atendessem ao seu pleito. No interior dos quartéis, as atividades não pararam e a rotina foi tocada naturalmente. Militantes pró-intervenção acreditam que a corrupção só vai chegar ao fim quando os militares acabarem com os Poderes constituídos do país.
Em meio à polêmica que a manifestação pró-intervenção causou em todo o Brasil, a Gazetaweb entrou em cinco grupos fechados criados em redes sociais para discutir os rumos dos atos que estavam sendo realizados à porta do 59º Bitmz, além de outros destinados a discutir a paralisação que os caminhoneiros realizavam. Em todos eles, havia enxurrada de informações sobre a adesão dos militares aos atos pelo país, bem como “a eminente queda do presidente Michel Temer (MBD)”, com ascensão dos militares ao Palácio da República e a Esplanada dos Ministérios.
Sem defender bandeiras partidárias – que é proibido pelos intervencionistas -, os defensores do Regime Militar dialogavam entre si difundido pensamentos e frases sobre supostos posicionamentos ditos pelos militares que foram presidentes. Conforme os materiais difundidos por eles nos grupos e fóruns, “todos os presidentes deste período em questão morreram pobres, sem fazendas, terras ou dinheiro acumulado após construir diversas hidroelétricas e estradas, colocando o país em outro patamar neste período, além de serem contrários à corrupção”. Não há menção alguma sobre polêmica e crises no período em que os militares estavam no poder.
A cada novo integrante que chegava ao grupo e buscava informações sobre como se daria a intervenção diante da realidade atual, com a destituição dos poderes, os cabeças do movimento davam explicações genéricas,dizendo que a prioridade, naquele momento, era tirar o presidente Michel Temer o quanto antes. Até que a troca de comando do Brasil fosse realizada, ao novo integrante era sugerido assistir vídeos de ex-militares que apontam na intervenção o melhor caminho para que o futuro do Brasil fosse “melhor”, sem corrupção ou político envolvido em fraudes e esquemas.
Com o enfraquecimento do movimento pró-intervenção, os manifestantes não pouparam críticas aos comandantes das Forças Armadas, especialmente ao general Eduardo Villas Bôas, chefe do Exército. Diante do abalo do movimento, começou a circular um “comunicado oficial” assinado pelo general Villas Bôas, apontando que intervenção militar já foi decretada à meia-noite da última quarta-feira e que uma junta formada por militares iria comandar o país até o dia 31 de dezembro. Todos os partidos foram extintos, diz o texto, que inclui até foto de Villas Bôas. Logicamente, este fato não aconteceu e deixou os integrantes do movimento revoltados.
Após o “comunicado oficial” ser apontado como falso, os comentários dos militantes apontavam que a esperança pela intervenção ficou apenas no desejo. “Não teremos o Brasil de volta se não acontecer a intervenção. Apesar de todo o movimento feito, os generais não agiram, foram uns covardes em não atender o desejo da população brasileira. Com ausência dos militares, ninguém mais vai acreditar nas Forças Armadas. Elas precisam tomar o Congresso Nacional o quanto antes, livrando o Brasil da corrupção”, disse um dos integrantes à reportagem sob a condição do anonimato.
Ainda segundo ele, praticamente 80% da população deseja a intervenção militar e, apesar disso, as Forças Armadas não agiram. “Fechando os olhos para o pleito da população, o Exército está ferindo a Constituição e o Código Civil em não atender ao pleito de milhões de brasileiros. Nós queremos a intervenção para acabar de vez com a corrupção no Brasil. Precisamos responder a todo esse quadro que assola a nação brasileira”, acrescentou outro integrante do grupo pró-intervenção militar no Brasil.