Jornalista e escritor Audálio Dantas morre aos 88 anos em São Paulo

Aos 88 anos, o jornalista e escritor alagoano Audálio Dantas morreu na tarde desta quarta-feira (30) após travar uma dura batalha contra o câncer. Ele foi diagnosticado com a doença desde 2015, quando foi operado; a doença atingiu fígado e pulmões depois disso. Ele estava internado no Hospital Premiê, em São Paulo.

Em abril deste ano, Dantas foi internado no centro médico, onde acabou morrendo. O corpo dele deve ser velado na Câmara Municipal paulista. O jornalista deixa esposa, filhos e netos e um legado para o jornalismo e a literatura brasileira.

Audálio Dantas foi presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo em 1975, ano do assassinato do jornalista Vladimir Herzog. Deixou o cargo em 1978, ano em que foi eleito deputado federal.

O secretário de Estado da Comunicação de Alagoas, Enio Lins, destacou que o jornalista era um gigante, como também um dos maiores profissionais brasileiros da área de todos os tempos. Em nome do governador Renan Filho, o secretário esteve em São Paulo na última sexta-feira, onde conversou por um bom tempo com Audálio, apesar da debilidade física dele.

“Ele era de uma resistência e alegria de viver impressionantes. Audálio era comprometido com a cidadania e a democracia. A homenagem que ele recebeu enquanto esteve internado foi uma demonstração de carinho por um profissional que tanto contribuiu para a história do país”, destacou Enio, referindo-se à homenagem oferecida pelo médico Samir Salman, que preside o Hospital Premiê, em São Paulo (SP), onde o jornalista estava internado desde o mês de abril.

Diretor executivo da revista Negócios da Comunicação e vencedor do prêmio Juca Pato, Audálio Dantas continuava atuando e produzindo mesmo passando por tratamento no hospital paulista. Conhecido pela luta pelos direitos humanos, retratou em livros a infância de importantes escritores brasileiros, como Ziraldo, Ruth Rocha e seu escritor favorito, o também alagoano Graciliano Ramos.

Trajetória de vida

Audálio Ferreira Dantas nasceu em 1929, na cidade de Tanque D’Árca, no Agreste de Alagoas. Ele se encaminhou para a área do Jornalismo na década de 50.

Após iniciar no jornalismo, o auge de Dantas como repórter aconteceu nas décadas de 60 e 70. Em 75, após assumir a Presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, o escritor viu sua vida mudar totalmente.

Na literatura, ele se destacou com diversas obras, a exemplo um livro sobre Graciliano Ramos, o “Menino Lula”, a “Infância de Ziraldo”, “As Duas Guerras de Vlado Herzog: da perseguição nazista na Europa à morte sob tortura no Brasil”, entre outras obras.

O jornalista também tem uma extensa lista de prêmios recebidos pela sua dedicação ao jornalismo e à literatura. Ele recebeu o Prêmio de Kenneth David Kaunda de Humanismo, em 1981; o troféu Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 2007; o título de Cidadão Paulistano da Câmara Municipal, em 2008; o Prêmio Intelectual do Ano com o Troféu Juca Pato, em 2013, entre outros.