Dois projetos alagoanos são contemplados no edital Itaú Cultural
Dois projetos alagoanos foram contemplados pelo Itaú Cultural na edição deste ano do Rumos, marcado pela diversidade. Os selecionados foram “F.E.M.E- Festival de Mulheres Engraçadas de Maceió”, de autoria Wanderlândia de Melo Barbosa – que propõe um festival de mulheres profissionais na arte da palhaçaria e da comicidade – e “Jofre Soares: do picadeiro ao Cinema Novo”, de Ailton da Costa, de Palmeira dos Índios – projeto de audiovisual/cinema que vai trabalhar com criação e desenvolvimento, documentação, pesquisa e desenvolvimento.
O resultado foi divulgado nesta segunda-feira (28), durante coletiva de imprensa no prédio do Itaú Cultural em São Paulo.
Ao todo, foram selecionados 109 projetos de todos os estados do país, do total de 12.616 inscritos. Temáticas relacionadas à negritude, questões de gênero e indígenas, além de projetos de acessibilidade ganham destaque nesta edição.
Para o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, é importante ter um olhar cuidadoso de empatia na hora da seleção das propostas. “Sempre nos deparamos com a questão de como equilibrar a presença dos estados, as questões de gênero e raciais. Acontece que a democratização desses espaços não pode mais ser a principal meta. A principal meta do fazer cultural deve ser a participação. Este ano, em novembro, a Declaração dos Direitos Humanos fará 70 anos e dentro dela existe a questão do direito cultural que especifica como itens essenciais para o fazer cultural o acesso e a participação. Então, a mais nova referência do fazer artístico é a participação. E isso é um desafio bem maior, bem mais difícil do que apenas proporcionar o acesso. É claro que proporcionar o acesso é importante, mas conseguir a participação dos artistas é o mais complexo”, avalia.
Além dos dois projetos contemplados, Alagoas também entrará no circuito de mais três iniciativas. “Acervo Djalma Corrêa: música, e cultura afro-brasileira, de Minas Gerais; “Caravana MusiLibras”, de Pernambuco; e “Histórias andantes”, da Bahia, que escolheram o estado alagoano para ser um dos impactados.
O destaque desta 18ª edição ficou mesmo com a escolha das temáticas abordadas em consonância com a atualidade, como a negritude, LGBTQIA+, questões indígenas e assuntos ligados à mulher. Além do protagonismo de indígenas na concepção dos projetos propostos com esta temática.
Para Aninha de Fátima Sousa, responsável pelo departamento de Projetos de Acessibilidade, a participação das mulheres foi emblemática. “51% dos projetos tem proponência feminina dividida em direção de filmes, roteiros. As mulheres foram protagonistas fortes nesta edição. O que nos deixou muito felizes”, conta.
(*) a jornalista viajou a convite do Itaú Cultural.