Alagoas tem mais um dia de rodovias bloqueadas, postos sem combustíveis e voos cancelados

Entre as federais, só um trecho da BR-316, em Maribondo, tinha sido liberado na noite de sexta (25), segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), mas voltou a ser bloqueado nesta manhã.

• BR-101, entre Messias e Rio Largo – bloqueada parcialmente desde terça (22).
• BR-316, em Palmeira dos Índios – bloqueada parcialmente desde quarta (23).
• BR-316, em Santana do Ipanema – bloqueada parcialmente desde quinta (24). São dois pontos de bloqueio no município.
• AL-220, entre Limoeiro de Anadia e Arapiraca – bloqueada parcialmente desde quinta.

As rodovias estaduais AL-130, em Pão de Açúcar, e AL-220, entre São José da Tapera e Olho D’Água das Flores, que estavam bloqueadas parcialmente desde quinta, foram liberadas pelos manifestantes, segundo o Batalhão de Polícia Rodoviário (BPRv).

Segundo a PRF, os caminhoneiros que estão nos bloqueios das rodovias federais estão retendo apenas os veículos de carga, exceto nos dois pontos da BR-316 em Santana do Ipanema, onde até os veículos de passeio estão sendo impedidos de seguir viagem.

Na sexta, em edição extra do “Diário Oficial da União”, o governo federal publicou um decreto em que autoriza o uso das Forças Armadas em todo o território nacional, para desobstrução de vias públicas federais.

Aeroporto

Segundo a Infraero, quatro voos que partiriam de Alagoas foram cancelados ainda pela manhã. Outros quatro vindos de outros estados para Maceió também foram cancelados.

Dois eram da Latam, sendo um voo que seguiria para o Rio de Janeiro às 10h35; e outro com destino a Brasília, às 17h05.

Um outro voo cancelado era da companhia Avianca, também com destino a Brasília, às 15h.

A Azul também cancelou voo, um que iria de Alagoas para Pernambuco às 15h20.

Na sexta, a Infraero informou que o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, na região Metropolitana de Maceió, já não tinha mais combustível.

Porto de Maceió

A entrada do Porto de Maceió na Avenida Industrial Cícero Toledo, em Jaraguá, foi bloqueada na quinta, e continua assim desde então, mesmo depois que uma decisão judicial determinava o desbloqueio imediato do acesso de caminhões.

Na noite de sexta, motoristas de aplicativos de transporte particular de passageiros, mototaxistas e taxistas ampliaram o bloqueio, fechando também o acesso lateral do Porto.

“Dormimos aqui de novo e vamos continuar. Se tiver alguma cara de alimentos ou remédios a gente libera, mas as outras cargas, não. Essa luta não é só dos caminhoneiros, e sim de todo o povo brasileiro”, disse um dos manifestantes, Ancelmo Romão.

Transporte público

Para economizar combustível, as quatro empresas de ônibus urbanos de Maceió decidiram reduzir a frota em 40%, como acontece normalmente aos domingos, quando a demanda de passageiros é menor.

Dos 670 ônibus do estado, apenas 402 estão rodando. A medida foi autorizada pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Maceió (Sinturb).

Ainda segundo o Sinturb, a medida foi necessária para que não venha afetar ainda mais o serviço nos próximos dias. A decisão vale apenas pra este sábado e para o domingo (27).

Postos de combustíveis

Motoristas de Maceió continuam sentido os efeitos da greve dos caminhoneiros. Nesta manhã, postos já não estavam mais comercializando gasolina ou etanol e aqueles que ainda tinham o combustível nas bombas, registravam longas filas.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Alagoas (Sindicombustíveis-AL) divulgou um balanço por amostragem da situação no estado. Segundo a entidade, dos 150 postos verificados, 105 já não tinham combustível disponível para venda nesta madrugada.

Ceasa

Na Companhia de Abastecimento de Alagoas (Ceasa) o estoque de alguns produtos já está zerado, e de outros, é considerado baixíssimo, o que fez os preços dispararem, segundo a direção do local. Isso acaba refletindo nos supermercados do estado, que também enfrentam situação semelhante em seus estoques.

“Os preços que já tinham subido no início da semana, subiram ainda mais. O saco de batata de 50 kg, por exemplo, era vendido a R$ 70, mas agora, está sendo comercializado por R$ 300. O preço do tomate cresceu também por conta do baixo estoque”, afirmou o diretor-presidente da Ceasa, José Elenildo.