Dirceu fica na cela de Luiz Estevão, Celso Jacob e João Rodrigues
Preso no Complexo Penitenciário da Papuda, o ex-ministro José Dirceu ficará onde estão o empresário Luiz Estevão e os deputados Celso Jacob (PMDB-RJ) e João Rodrigues (PSD-SC). A cela deles é a de número 4, na Ala B do Bloco 5, no Centro de Detenção Provisória.
Dirceu entrou na Papuda por volta das 14h40 desta sexta-feira (18/5), depois de se entregar à Polícia Federal. O mandado de prisão foi expedido pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).
A chegada do político causou alvoroço na Papuda, uma vez que é dia de visitas. Ele foi recebido na antessala — conhecida como gaiola — por agentes penitenciários, na companhia de seus advogados.
Segundo a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), o Bloco 5 do CDP reúne internos que, legalmente, possuem direito de custódia em locais específicos, como ex-policiais, idosos, políticos, além de custodiados com formação de ensino superior. A cela onde José Dirceu permanecerá é coletiva.
Assim como todos os outros detentos do sistema prisional, Dirceu terá direito a quatro refeições diárias – café da manhã, almoço, jantar e lanche noturno – e duas horas de banho de sol.
As celas do Bloco 5 têm duas triliches cada, chuveiro elétrico, vaso sanitário, pia em louça, TV e ventilador de chão.
O empresário Luiz Estevão é o que está há mais tempo na Cela 4. Ele cumpre pena há dois anos e dois meses por peculato, estelionato e corrupção ativa em razão do episódio da construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP).
Jacob está detido desde junho de 2017, por falsificação de documentos e dispensa de licitação para a construção de uma creche quando era prefeito de Três Rios (RJ).
João Rodrigues, por sua vez, foi transferido de Porto Alegre para a Papuda em 6 de março deste ano. O parlamentar foi condenado por irregularidades em licitação na época em que era prefeito de Pinhalzinho (SC).
Derrotas na Justiça
Dirceu estava solto desde maio de 2017, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). O político foi preso em agosto de 2015, depois de ter sido condenado pelo juiz federal Sérgio Moro, em primeira instância, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema de corrupção da Petrobras.
O político teve nova condenação, também por Moro, em maio de 2016: 20 anos e 10 meses de prisão – sentença confirmada pelo TRF-4 em 26 de setembro do ano passado. A Corte, contudo, aumentou a pena para 30 anos e 9 meses de reclusão.
O ex-ministro é acusado de receber mesada repassada pelo lobista Milton Pascowitch. Segundo a acusação, a empreiteira Engevix pagava propina por meio de contratos fictícios feitos com a JD Consultoria, empresa de Dirceu, em troca de acordos com a Diretoria de Serviços da Petrobras.
Metrópoles