Atual campeã do carnaval carioca, Portela conta história de judeus na Sapucaí
Atual campeã do carnaval carioca (em título dividido com a Mocidade Independente) e maior vencedora dos desfiles de escolas de samba, com 22 títulos, a Portela foi a segunda escola a desfilar na segunda noite de exibições no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio, nesta segunda-feira, 13.
A agremiação de Madureira, na zona norte do Rio, contou a história de um grupo de judeus que, expulso de Portugal, primeiro viajou para Recife, mas acabou expulso novamente pelos portugueses em 1654 e, então, fugiu para a América do Norte e ajudou a fundar a futura cidade de Nova York.
O enredo foi desenvolvido por Rosa Magalhães, a carnavalesca mais vencedora dentre os profissionais em atividade, com sete títulos. Ela assumiu a responsabilidade de substituir Paulo Barros, que após vencer na Portela em 2017 se transferiu para a Vila Isabel.
O desfile aliou luxo e didatismo à tradicional disposição da comunidade portelense – a escola tem uma das maiores torcidas no samba carioca e terminou o desfile aos gritos de “bicampeã”. A história dos judeus começou a ser contada a partir do momento em que foram expulsos de Portugal e chegaram a Recife. Alas retrataram a paisagem nordestina, os animais e cultivos típicos da região – principalmente a cana-de-açúcar e bichos como caranguejos e bodes.
Em seguida, foi narrada a viagem do Brasil até a América do Norte, quando o grupo chegou a ser rendido por piratas. Ao final, o sucesso em Nova York, retratada no último carro alegórico – uma sequência de prédios suntuosos e um telão que reproduzia títulos de espetáculos de sucesso na Broadway eram parte da alegoria. O desfile credencia a Portela a brigar pelo título, embora não tenha empolgado tanto como a Mangueira fez na noite anterior.
Estadão