Janeiro tem alta no número de explosões a agências bancárias em Alagoas
Janeiro de 2018 teve explosões em três agências bancárias no interior de Alagoas. A modalidade é sempre a mesma: várias pessoas chegam, explodem caixas eletrônicos e fogem em seguida com dinheiro. O número é alto, segundo o Sindicato dos Bancários do Estado.
No mesmo mês de 2017, apenas uma agência sofreu explosão. Embora no mesmo mês tenham sido registrados ataques a seis agências bancárias, os casos foram tratados pela Segurança Pública como ações comandadas por facções criminosas com objetivo de assustar a população, e em nenhum deles foi levado dinheiro.
O presidente em exercício do sindicato dos bancários, Juan Gonzales, disse que não há estudo específico, mas que é perceptível o aumento no número de ataques a bancos em ano eleitoral.
“Não temos um estudo que comprove, mas de acordo com nosso mapa dos assaltos, percebemos que em ano de eleições, os assaltos crescem. Ainda não sabemos o motivo, mas os registros aumentam”, diz Gonzales.
O presidente do sindicato disse ainda que a forma que os criminosos agem mudou. Antes eles utilizavam maçarico e pé de cabra para arrombar os caixas eletrônicos, hoje eles se aperfeiçoaram e utilizam explosivos.
“Os explosivos fazem um estrago maior e, para eles, o risco de dar errado é menor. Antes eles forçavam o caixa eletrônico, e corriam risco de a polícia chegar. Agora explodem e levam o dinheiro”, diz.
Gonzales diz ainda que mesmo a ação acontecendo de madrugada, sem que haja funcionários ou clientes, isso causa trauma no funcionário.
“Eles ficam traumatizados de ver o ambiente deles de trabalho assim. Muitos ficam com o emocional abalados, não querem mais trabalhar”, diz.
O sindicato diz ainda que é preciso a união do Estado e dos bancários para combater essas ações. “Os bancos precisam investir em segurança privada e o estado também precisa oferecer segurança, investigar esses grupos”, reforça o presidente.
A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL) disse que há um diálogo entre todas as partes envolvidas para identificar os grupos que atuam e, com investigações, conseguir prendê-los.
Disse ainda que muitas das quadrilhas atuam em vários estados, então há um trabalho muito forte de inteligência da polícia para conseguir identificar essas pessoas. No ano passado teve uma redução de 52% no número de roubos e explosões e quadrilhas foram presas.
A SSP garante que não há nenhum estudo que comprove relação das explosões com o período eleitoral e diz estar trabalhando para identificar os autores. Nesse trabalho estão envolvidos a SSP, Polícia Militar e Polícia Civil.
G1