Atropelador: simpático na internet, mal-humorado para vizinhos

No mundo virtual, um bon vivant que está sempre viajando e desfruta da companhia de famosos, com os quais posa em fotos. Na vida real, um homem apático, que pouco interage e não sorri para os vizinhos. A atividade de Antônio Anaquim nas redes sociais contrasta com a percepção das pessoas que o veem, diariamente, no prédio onde ele reside, em Copacabana.

No Facebook, em apenas um ano de postagens, Anaquim aparece em viagens a Nova York, Paris, Roma e Patagônia. Também visitou o litoral brasileiro, por onde passeou de lancha. Uma imagem mostra uma embarcação com o sobrenome dele no casco. Antônio tem uma vida confortável, tendo herdado imóveis do pai, que já morreu.

O perfil de Antônio revela ainda seu apreço por esportes, de stand up paddle a snowboard. Em um vídeo de 2015, ele se exibe aprendendo a manejar um parapente. Em seu álbum de fotos, surge ao lado de Neguinho da Beija-Flor em um shopping ou do lutador Acelino Freitas, o Popó, num restaurante. Há ainda flagrantes com o ator Miguel Falabella, aparentemente abordado por ele na rua, ou com a modelo Sabrina Sato, em uma livraria.

Nesta sexta-feira, vizinhos do prédio onde ele mora o definiram como calado e pouco cordial.

— Nem na hora de entrar e sair do elevador ele dá bom-dia — comenta uma vizinha.

Um comerciante das redondezas completa:

— Costumo conversar com todos, mas nunca nem ouvi a voz dele.

Essa não foi a primeira vez que Anaquim se envolveu em um acidente de trânsito. Em 2015, bateu de moto na traseira de uma van escolar, no Leblon. Tampouco foi sua primeira passagem pela polícia. Em 2007, foi levado para a delegacia depois de chamar uma mulher de “lésbica marrenta”. No ano seguinte, prestou depoimento após socar um motorista no pátio de um shopping.

À polícia, Antônio declarou ser administrador. Na internet, também afirma dar aulas de informática. No prédio onde mora, no entanto, comenta-se que seu sustento vem do fato de ele ter herdado sete apartamentos no edifício. Teria vendido dois, mas mantém cinco unidades.

— Sinceramente, não sei qual sua profissão. Nunca o vi com roupa de trabalho e não parece ter rotina — conta outro morador.

 

 

Fonte: O Globo

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