Ana Paula critica liberação de trans na Superliga

 No início do mês, uma contratação que entrou para a história do vôlei brasileiro ganhou as manchetes: Tiffany Abreu tornou-se a primeira atleta transexual a atuar em uma partida válida da elite da modalidade no país. Autorizada pela comissão médica da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), a jogadora foi relacionada pelo técnico do Bauru, Fernando Bonatto, e entrou em quadra na derrota para o São Caetano pela Superliga. A novidade, que a princípio teria boa aceitação, parece não estar agradando a todos. A ex-jogadora Ana Paula usou as redes sociais para criticar a liberação e dizer que outras atletas também não concordam com a decisão de permitir que uma transexual jogue com outras mulheres no principal torneio feminino nacional.

Muitas jogadoras não vão se pronunciar com medo da injusta patrulha, mas a maioria não acha justo uma trans jogar com as mulheres. E não é. Corpo foi construído com testosterona durante a vida toda. Não é preconceito, é fisiologia. Por que não então uma seleção feminina só com trans? Imbatível! – escreveu.

A publicação gerou polêmica. Algumas pessoas responderam a jogadora, defendendo ou concordando com a crítica. Um seguidor comprou a testosterona natural com doping para uma atleta trans que joga com outras mulheres. Outro disse que acha legal pela inclusão, mas que é “injusto” com as outras atletas. E Ana Paula continuou afirmando que “o problema é que todas as jogadoras não puderam construir seus corpos, músculos e ossos com a ajuda da testosterona, e essa moça pôde durante anos”.

A goiana Tiffany, que prefere não ter o seu nome de nascimento mencionado, foi liberada para atuar após decisão comissão médica da CBV. Aos 33 anos, a jogadora disputou a Superliga masculina no Brasil por Juiz de Fora e Foz do Iguaçu, além de outros campeonatos entre os homens antes de fazer a transição de gênero. No início de 2017, a ponteira recebeu a permissão da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) para competir profissionalmente entre as mulheres. Desde 2016, o COI (Comitê Olímpico Internacional) permite a participação de homens em competições femininas, mas com a testosterona controlada, sem necessidade de cirurgia de mudança de sexo.

Tiffany Abreu, ponteira/oposta do Vôlei Bauru (Foto: Marcelo Ferrazoli/ Vôlei Bauru)

No início do mês, uma contratação que entrou para a história do vôlei brasileiro ganhou as manchetes: Tiffany Abreu tornou-se a primeira atleta transexual a atuar em uma partida válida da elite da modalidade no país. Autorizada pela comissão médica da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), a jogadora foi relacionada pelo técnico do Bauru, Fernando Bonatto, e entrou em quadra na derrota para o São Caetano pela Superliga. A novidade, que a princípio teria boa aceitação, parece não estar agradando a todos. A ex-jogadora Ana Paula usou as redes sociais para criticar a liberação e dizer que outras atletas também não concordam com a decisão de permitir que uma transexual jogue com outras mulheres no principal torneio feminino nacional.

Em entrevista ao GloboEsporte.com no início do ano, quando ainda jogava na Itália, Tiffany contou que a transição para assumir o corpo de mulher não foi fácil. Quando ainda jogava na Holanda, ela começou seu tratamento hormonal. Após alguns meses, viu sua força de ataque praticamente sumir. Mudou seu estilo de jogo, buscou golpes mais técnicos e se manteve em quadra. Foi quando seu empresário mostrou que o sonho de jogar entre as mulheres era possível, ainda que o caminho fosse longo.

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