Dívida da Arena: sem acordo é impagável

(Foto: Banco de imagens do Globoesporte.com)

 

Ontem, finalmente foi apresentado ao conselho deliberativo o relatório da comissão que analisou o parecer da auditoria técnica e financeira da Arena Corinthians.

Valor atualizado da divida do projeto, até agosto de 2017, descontando-se o valor atualizado das CIDS: 1, 338 bilhão, sendo:

( – ) CEF/BNDES: 491

( – ) 1ª Debentures: 79

( – ) 2ª Debentures: 552

( – ) Faturas em aberto: 346

(+) CIDS: 454

( – ) Correção: 285

( – ) Garantias: 39

 

VALOR DA DÍVIDA SEM AS CIDS: 1,792 bilhão

Segundo a Claudio Cunha Engenharia e Construções, contratada pelo Corinthians para auditar a arena, a construtora Odebrecht deixou de realizar mais de R$ 150 milhões em obras. Além disso, a empresa também deveria pagar uma multa de mais de R$ 22 milhões por atraso na entrega do estádio, além de mais de 60 milhões em obras que deveriam ser refeitas.

A partir da analise destes números e das demais informações obtidas do relatório da auditoria Claudio Cunha Engenharia e Construções, a comissão apresentou as seguintes sugestões à diretoria corinthiana:

– > Negociar imediatamente com a Odebrecht a relação entre as dívidas contratadas e os financiamentos. O Corinthians possui os CIDS como fonte de pagamentos, bem como os itens destacados pela Claudio Cunha Engenharia e Construções. Ou seja, itens não realizados e aqueles que devem ser refeitos. Adicionalmente, não podemos esquecer que o fato de a Arena não ter sido finalizada certamente reduziu o potencial das receitas acessórias (shows e eventos);

– > Propor junto à Odebrecht que ela fique com os CIDs em troca de toda a dívida com a empresa (cerca de R$ 630 milhões);

– > Que todo e qualquer pagamento à Odebrecht não seja feito diretamente à empresa. Caso haja necessidade jurídica deste pagamento, que se faça em juízo, mediante ações judiciais próprias;

– > Negociar com a Caixa Econômica Federal fórmulas que permitam o clube efetuar o pagamento do empréstimo.

Vale ressaltar que o trabalho desta comissão composta de conselheiros trienais e vitalícios ficou prejudicado pela negativa da apresentação de alguns contratos por parte da diretoria do Corinthians e do Fundo que administra a Arena.

 

Segundo o entendimento de alguns conselheiros, qualquer acordo que seja firmado com a Construtora Odebrecht, deve ser homologado pelo Ministério Publico, uma vez que se encontra em segredo de justiça uma investigação sobre as obras da Arena Corinthians.

 

SOBRE AS DEBENTURES

 

De acordo com matéria do jornal Folha de São Paulo, em outubro de 2016, a Odebrecht fez uma operação sigilosa com a Caixa Econômica Federal em 2014 para cobrir um buraco milionário para a construção da Arena Corinthians.

Para ajudar a Odebrecht, a Caixa comprou debêntures emitidas pela empreiteira no valor aproximado de 350 milhões.

Debentures são títulos de créditos lançados ao mercado para captar recursos. Na prática, funciona na verdade como empréstimo.

Este montante (debêntures/empréstimos) devera ser quitado em 13 parcelas, vencendo a primeira parcela em novembro de 2018.

 

RESUMO DA OPERA

O especulado acordo que será proposto a Odebrecht, em números diretos, seriam os CIDS (454 milhões) em troca dos mais de 600 milhões em dívidas com a construtora.

Conforme apurado, a Construtora já teria informalmente sinalizado positivamente a este acordo, desde que lhe fosse concedido um termo de quitação, ou seja, isentando a construtora dos valores de obras não realizadas e mal feitas.

Em se confirmando este especulado acordo, caberá ao Conselho Deliberativo aprová-lo ou não.

 

MAIS DA REUNIÃO

Outros assuntos foram abordados na reunião. Sobre o estacionamento da Arena Corinthians, a empresa INDIGO, anunciada nos telões da Arena e no site oficial do clube como nova gestora do estacionamento, dias antes da reunião que votaria pelo impeachment do presidente, jamais assumiu. Ou seja, a operação do estacionamento continua sob a gestão da empresa OMINI, que quarteirizou o serviço com a empresa SIGMA, desde 2014.

Outro assunto abordado, de acordo com um conselheiro, que manteve contato com uma funcionaria da Caixa, o banco estatal não impôs novas exigências para renovação do patrocínio máster da camisa, ao contrario do que fora informado pela diretoria do clube.

Presente na reunião, o presidente Roberto de Andrade ratificou as novas exigências da Caixa, reforçando que os valores apresentados foram muito abaixo do que o banco estatal vinha pagando, por isso a opção do clube buscar no mercado outro patrocinador, que, a partir de outubro, poderá ser a CIA do Terno, que já ocupou o espaço máster da camisa na partida contra o SP, no ultimo domingo.

 

 

Fonte Globo Esporte

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