Maceió tem carência de mais de 80 médicos especialistas, expõe secretário de Saúde
As filas começam de madrugada. Pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) em Maceió precisam peregrinar para conseguir uma das poucas fichas distribuídas para marcação de consultas e exames. Mesmo assim, acessar uma das poucas fichas não é sinônimo de atendimento garantido. Pois, faltam médicos para inúmeras especialidades.
“Eu durmo na fila. Já fui em três unidades de saúde e não consigo marca psiquiatra para tratar o meu transtorno de ansiedade. Preciso do médico para poder comprar o remédio porque ele é controlado. Já tem dois meses que estou sem a medicação”, relata Benedita Maria.
Carências
Um levantamento feito pela Secretaria de Saúde de Maceió revela que o município tem uma carência de mais de 80 profissionais de diversas especialidades. De acordo com o secretário Thomaz Nono, Maceió tem apenas um neurologista que deve se aposentar nesse mês de setembro.
“Fizemos um levantamento e concluimos que hoje temos uma carência de 87 médicos especialistas no município. O que acontece é que alguns médicos não se sentem atraídos pelo salário. Uma alternativa seria contratar através de OSS [Organizações Sociais de Saúde] por médico por hora trabalhada.
Para mostrar a carência de médicos, o secretário cita que o município tem apenas um neurologista. “Temos apenas um neurologista que vai se aposentar esse mês. Ou seja, o município vai ficar sem nenhum neurologista. Então vou mostrar toda essa relação ao prefeito [Rui Palmeira (PSDB)] para estudarmos a melhor maneira de colocar mais médicos”, frisa.
Segundo o secretário, o concurso público não consegue preencher as lacunas de médicos. “O valor pago para qualquer especialidade é o mesmo. Porém, as especialidades pagam melhor na iniciativa privada”, diz.
Postos de Saúde
O secretário José Thomaz Nono diz ainda que a maioria dos postos de saúde estão concentrados na parte média e baixa de Maceió e que há estudos para colocar mais postos na parte alta, entre a Cidade Universitária e Benedito Bentes.
Maceió tem oito Distritos de Saúde com uma unidade de referência em cada distrito.“Tem médico que não quer trabalhar distante de casa por uma questão de comodidade. Já outros, pela questão da segurança. Inauguramos a reforma do posto do Carminha e quando estávamos na solenidade mataram uma pessoa do lado. Escutamos os estampidos ainda, foi uma correria”, afirma.
“Infelizmente a questão de segurança é de responsabilidade do governo do Estado. Às vezes, colocamos guardas municipais, mas eu particularmente tenho pena deles porque eles andam desarmados”, frisa.
Fonte G1 AL