VERA ARRUDA – Maior celebridade de Palmeira dos Índios

Por Elizabeth Carvalho

Muitas vezes, vi pelas ruas de Palmeira, saltitando pelas calçadas, uma menina linda, com cabelos no mesmo ritmo dos seus pinotes e carreiras.

Essa criança possuía alguma coisa, que a fazia diferente. Havia simplicidade, uma dose de brejeirice, é uma explosão de criatividade, mesmo na forma como ela brincava, fazendo desenhos, nos mosaicos. Reparava, que ela pisava apenas nos verdes e num rodopio, retornava, pisando nos marrons. Outros volteios e já alternava entre verdes e marrons. Era uma dança tribal, colorida.

Se uma máquina eu possuísse, haveria concretizado o desenho, que a menina criou e guardou para si mesma.

Foi sempre assim, exuberante, linda e criativa!

Anos depois, reencontrei Vera Arruda, no condomínio Casas da Morada, em Barra de Santo Antônio, onde vários palmeirenses tinham casas, como Suza, Gilberto, Fernando Amorim e Sheila, Marcos e Betânia, Ítalo Malta e Belzinha Sampaio e entre outros amigos, Leíta e Sílvio Arruda, pais de Vera Arruda.

Época de muitas alegrias e festas. Vera Arruda, já moça, ganhou de mim, o apelido de “Vera Gata”, música de Caetano Veloso. E quando assim a chamava, abria um sorriso de sol e felicidade.

Vera Arruda, sempre foi assim: uma mistura de luz, criatividade e alegria.
Linda sempre! Uma mistura das duas avós. Dona Ítala Arruda, uma beleza londrina, fina nos gestos e alma. E dona Vera Leão Rego, exuberante, altiva, extravagante na criatividade.

Vera Ítala Arruda, herdou das duas avós, essa exata dose de fineza, elegância e o dom maior, do exótico de nossa terra.

Iniciou suas criatividades de moda em nosso solo alagoano, que ficou pequeno, para suas dimensões criativas.

Em São Paulo, foi reconhecido seu grande talento, por Adriane Galisteu, que se transformou na sua porta estandarte da beleza criativa de Vera Arruda, Ivete Sangalo, Astrid Fontenele, Xuxa, entre outras.

Mas, Deus, em sua infinita sabedoria, que jamais entenderemos, veio buscar nossa Vera Arruda. Quem sabe, Ele estava precisando de mais criatividade, nas roupas dos Querubins!

Lembro do dia de sua chegada, no Parque das Flores. Continuava linda! Glamourosa na morte, como foi na vida.

E ali, fiquei olhando para ela e novamente vi, a criança saltitante das calçadas de Palmeira dos Índios.

Rezei e agradeci à Vera Arruda, por tudo!

Por ser essa pessoa linda, criativa, exótica, exuberante, que levou nossa Palmeira dos Índios, para o mundo internacional da moda.

Fica Palmeira devendo um Museu Vera Arruda. Onde possamos sonhar e conhecer seu trabalho de infinita beleza. Onde poderemos reverenciar, entre tantas, a sua obra de arte maior, o vestido com a Bandeira do Brasil.

A saudade, continua esmagadora. Te reverencio, celebridade dos Xucurús,

Vera Arruda, eternamente Brasil!