A sede de poder deslumbra os pobres de espírito
O poder é efêmero, passageiro, ilusório e destruidor para quem não sabe lidar com ele. A vaidade excessiva, por si só, já é uma grande ferida, capaz de se alastrar pelo corpo, mente e alma.
Os homens que se apegam loucamente ao poder jamais saberão o verdadeiro valor de exercê-lo com humanismo, humildade e dignidade. A esses pobres deslumbrados, sobram os mais desprezíveis valores; as mais dolorosas consequências, morais e espirituais.
E como vemos isso em cada gesto, comportamento e semblante de grande maioria de nossos políticos por esse Brasil afora. Os emergentes, então, são os piores, pois guardam em seus íntimos, muitas vezes, um complexo de inferioridade que não vão descobri-lo até que sofram bastante com a ausência daquele poder, o que os levará ao ostracismo, ao esquecimento popular e à solidão. Lembro muito bem o que foi o considerado fenômeno político Divaldo Suruagy.
Galgou todos os cargos a que um homem público poderia pretender alcançar. Seus últimos dias, no cafezinho da Câmara Federal foram melancólicos, pois chegou lá, pela última vez, como um suplente, sem vez e sem voz. Uma de suas últimas entrevistas, foi-me concedida em um escritório, no bairro da Jatiúca, montado em uma residência cedida por uma ex-secretária sua, e fiel escudeira, mas já sem bajuladores e sem poder nenhum. Menos de um ano depois, o “fenômeno” Divaldo Surugy faleceria. Assim é o poder sem parâmetros. Apenas para enriquecer e tentar robustecer o ego.
Amo minha terra, Palmeira dos Índios, e vejo o quanto esse mal, do poder pelo poder e pela loucura em se locupletar, ao longo dos anos, tem tomado conta dos espíritos dos nossos, espiritualmente, paupérrimos políticos, detendo hoje esse tão transitório e passageiro poder.
Às vezes, somos capazes de tomar atitudes impensadas, e que atire a primeira pedra quem nunca as tomou, mas aqueles que têm sede pelo poder são capazes de tomar, não só atitudes impensadas, são capazes de atos insanos; perdem a noção da sensatez, passam a agir por impulsos descontrolados, com medo de perder o poder conquistado e, incitam,incendeia, estimulam e até mesmo, ordenam um vale tudo contra quem
tenta tirá-los do poder.
O poder pelo poder não nos leva a nenhum lugar digno, nem à paz de espírito. Quando se acha que aquele poder momentâneo nos levará ao topo de uma vã felicidade, é daquele mesmo patamar que se despenca, pelo simples fato de não sabermos administrar a nossa própria ambição e desprezo por si próprios e pelos outros que nos circundam.
No afã de assumir o poder, a qualquer custo, pessoas se desesperam e perdem totalmente a noção dos conceitos de cidadania, desenvolvimento, cordialidade, civilidade, respeito ao próximo, democracia e diversidade.
Calma, o mundo é de todos nós, mas o verdadeiro poder é de um só: Deus.