Facebook estuda barreira para acesso gratuito a notícias
O Facebook estuda cobrar pelo acesso às notícias de conteúdo jornalístico na rede social. Os testes da nova ferramenta de paywall – sistema que restringe acesso de reportagens a leitores – terão início em outubro.
A notícia começou a circular na internet ainda em junho, em publicação do The Wall Street Journal, que citava fontes familiarizadas com o assunto. Ontem, a diretora de parcerias do Facebook, Campbell Brown, falou sobre o assunto no evento Digital Publishing Innovation Summit, em Nova York.
Em entrevista para o jornal The Street, a executiva disse que os usuários terão 10 acessos gratuitos antes do paywall. “Uma das coisas que ouvimos em nossas reuniões iniciais com muitos jornais e publicações digitais é: ‘queremos um produto por assinatura, queremos ter o paywall no Facebook’”.
Segundo o Facebook, estão em análise dois planos junto às empresas de comunicação. O primeiro, citado por Campbell, que disponibiliza 10 acessos gratuitos e outro em que os veículos podem escolher quais matérias serão pagas e quais serão abertas ao público. Ainda há a possibilidade de que a empresa deixe todo o conteúdo disponível para os leitores.
A iniciativa também deve apaziguar as empresas de notícias que reclamam que têm pouco controle de suas próprias notícias exibidas no Facebook, apesar de Brown não confirmar se os ganhos do paywall serão compartilhados. Ainda segundo o jornal, a organização norte-americana News Media Alliance, que se classifica como a voz da indústria de notícias, acusa Facebook e Google de se beneficiar do trabalho de centenas de jornais sem justa compensação às editoras.
Se a plataforma for efetivada, não seria a primeira iniciativa do Facebook que envolve organizações jornalísticas. Em dezembro de 2015, o Facebook estreou o Instant Articles no Brasil, que permite navegação mais ágil e interativa ao acessar notícias por smartphones e tablets.
Segundo a empresa, o Instant Articles aumenta em cerca de dez vezes a velocidade de acesso aos conteúdos compartilhados na rede. Isso significa que, ao clicar em uma notícia no seu feed, o leitor verá as notícias exibidas em sua tela em um décimo do tempo tempo gasto antes. Na prática, isso é possível porque o leitor passa a consumir o conteúdo dentro do próprio Facebook, não sendo mais direcionado para um endereço externo.
Entretanto, nem todos os conteúdos jornalísticos são acessíveis pela plataforma. As notícias com recurso do Instant Articles podem ser identificadas por um pequeno raio no canto superior direito da foto.
Outra iniciativa da rede social foi lançada ontem contra a disseminação de notícias falsas. Desde a última terça-feira, as páginas que não sejam de veículos de mídia não podem substituir títulos, descrições e imagens de links compartilhados na rede social.
O Facebook ainda declarou estar comprometido em suportar o trabalho dos veículos de mídia. “Isso ajudará a eliminar um canal que vinha sendo utilizado para publicar notícias falsas. Essa ferramenta é mais um passo que damos para limitar a propagação de notícias falsas no Facebook”.
Fonte: VEJA