Maribondo: Prefeito permanece preso por agressão e vice ainda não foi empossado
A população de Maribondo, município do Agreste alagoano, está há cerca de mais de 15 dias oficialmente sem prefeito, após o afastamento de Leopoldo Cesar Amorim Pedrosa (PRB), preso no dia 28 de junho, em cumprimento um mandado de prisão expedido pelo presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), desembargador Otávio Leão Praxedes, por agressões físicas contra a esposa e a sogra, de identidades não divulgadas.
Em decorrência do afastamento do titular, o vice-prefeito, Sérgio Marques (PRTB) está acionando judicialmente a Câmara Municipal para que seja convocada uma sessão que o autorize a assumir interinamente a Prefeitura, ao menos até que a situação de Leopoldo Pedrosa seja resolvida.
O Regimento Interno da Câmara prevê o prazo de 15 dias para que a sessão seja convocada, o qual se completou na última quarta-feira (12). Porém, não há sinalização de que aconteça.
O vice-prefeito que tem apenas 29 anos e é empresário do ramo da construção civil, afirmou que vai fazer um trabalho melhor do que o que vinha sendo realizado. Rompido politicamente com o prefeito, Serginho disse que está pronto e preparado para assumir a prefeitura. “Eu só peço calma à população”, clamou.
Câmara
A Câmara Municipal de Maribondo é composta por nove vereadores. Desse total, oito pertencem ao bloco de apoio ao prefeito. Para Marque, o fato do presidente da Câmara pertencer à base de apoio a Leopoldo, foi necessário acionar meios jurídicos para que a situação seja resolvida.
Protestos
Na segunda, quarta-feira passadas, alguns funcionários públicos, familiares, amigos e populares, liderados pela mãe do prefeito afastado, Leopoldina Amorim e pelo suplente de vereador, Nivaldo do Pastel, realizaram atos pela liberdade do acusado de agredir mulheres.
Circulam em aplicativo de troca de mensagens, vários arquivos de vídeo, nos quais fica evidente a participação ativa de Leopoldina Amorim.
Em uma das tentativas de realizar outra manifestação na BR-316, é possível ver em fotos enviadas à reportagem, dois veículos, um deles uma caminhonete de propriedade do prefeito, cheios de entulhos e móveis velhos sendo levados para as margens da rodovia.
No entanto, a população não compareceu em número suficiente para nova interdição. E a Polícia Federal (PF) chegou a tempo de conter a manifestação.
Justiça contrária à soltura do prefeito de Maribondo
O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio do procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, ajuizou ação penal, nesta segunda-feira (10), contra o prefeito de Maribondo, Leopoldo César Amorim Pedrosa. O chefe do MPE/AL também pediu a manutenção da prisão preventiva do gestor, assim como requereu a perda do mandato dele. A denúncia responsabiliza o prefeito por agressões físicas contra a esposa e a sogra, crimes ocorridos em junho deste ano.
Mediante a gravidade e a comprovação das atitudes ilícitas cometidas por Leopoldo César Amorim Pedrosa, além de defender que ele permaneça custodiado no sistema penitenciário alagoano, o Ministério Público pede a manutenção das medidas protetivas concedidas em favor das vítimas, assegurando-lhes a integridade física, já que existem registros de ameaças de morte. Além disso, entende o procurador-geral de Justiça, ser a liberdade de Leopoldo Amorim um risco também para a instrução processual.
O representado já responde por uso de documento falso, bem como por outras agressões praticadas contra a vítima. Como consequência da agressão praticada dia 21, a vítima chegou a desmaiar de “tantos e tão fortes golpes que levou”.
A Procuradoria-Geral de Justiça opinou pelo deferimento da prisão preventiva, sob o fundamento de que havia reiteração na prática criminosa.
Em 2008, Leopoldo Pedrosa foi preso em flagrante, acusado de porte ilegal de arma. Ele foi detido por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em um posto de combustíveis da cidade e levado para a delegacia. O então vereador havia participado de uma solenidade de inauguração momentos antes da prisão e portava um revólver, calibre 38, quando foi abordado pelos policiais rodoviários.
Já em 2013, Leopoldo, na época ex-vereador, foi detido em Maceió por dirigir embriagado e portar documento falso. Leopoldo estava com a então companheira e uma discussão entre os dois dentro do veículo teria motivado os agentes a pararem o casal. O carro do político também foi apreendido.