Paulo Gracindo é homenageado com escultura na orla de Maceió
O famoso Paulo Gracindo, deu vida a diversos personagens. O ator, que interpretou uma das figuras mais emblemáticas da teledramaturgia brasileira, o prefeito Odorico Paraguaçu, na novela “O Bem Amado”, de Dias Gomes, foi homenageado pela Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac), com uma escultura na orla marítima da Pajuçara. A inauguração do monumento aconteceu na manhã desta sexta-feira (14), com a presença de familiares do homenageado.
O prefeito Rui Palmeira disse que a ideia surgiu em 2015, nos 200 anos de Maceió, quando foram encomendadas as três esculturas. “Decidimos homenagear grandes alagoanos de diferentes segmentos. Homenageamos o jurista Pontes de Miranda, com o nome da avenida; Aurélio [Buarque de Holanda]; e Graciliano Ramos com as esculturas. Existe uma fila imensa de homenageados e espero conseguir fazer isso com mais alagoanos. Isso é importante para nossa autoestima, lembrar que essas pessoas saíram daqui para buscar o sucesso, mas não perderam o vínculo com nossa terra. No documentário sobre Paulo Gracindo, quando perguntam o prato favorito, ele responde na bucha que é o sururu”, observa Palmeira.
“Quem não sabia que ele era de Alagoas, sempre que passar por aqui, vai ficar sabendo que Paulo, de tantos e grandes personagens, era alagoano legítimo”, afirmou Rui Palmeira, durante a apresentação da homenagem a Paulo Gracindo, nesta manhã.
Além de Gracindo, as filhas Lucinda e Teresa Cristina prestigiaram a inauguração da estátua e se emocionaram ao “rever” o pai, lado a lado, em solenidade com a presença do prefeito Rui Palmeira, a primeira-dama Tatiana Palmeira, o vice-prefeito Marcelo Palmeira, e secretários municipais.
A escultura de bronze foi feita pelo escultor mineiro Léo Santana, que também fez as estátuas em tamanho real dos ilustres alagoanos Graciliano Ramos e Aurélio Buarque de Holanda, inauguradas em 2015 em comemoração aos 200 anos de Maceió, e do poeta Carlos Drummond de Andrade, posicionada no calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Trajetória
Paulo Gracindo nasceu no Rio de Janeiro em 1911 e mudou de endereço ainda criança, com a família para morar em Maceió. Foi na capital alagoana que ele teve o primeiro contato com o teatro amador. O ator morou no bairro da Pajuçara, onde a escultura será instalada. Aos 20 anos, após a morte do pai, o influente político Demócrito Gracindo, Paulo Gracindo voltou a morar no Rio de Janeiro para iniciar definitivamente uma longa história no meio artístico.
Ao longo das décadas de 1930 e 1940, o ator participou das companhias de teatro Alda Garrido, Procópio Ferreira, Elza Gomes e Dulcina de Moraes. Foi locutor, apresentador, radioator, compositor e comediante em programas de rádio de grande sucesso na década de 1950 como “Noite de Estrela” e “Edifício Balança Mas Não Cai”.
Na televisão, Paulo Gracindo foi ator, apresentador, animador e humorista. Sua estreia em telenovelas foi ao lado de Fernanda Montenegro na TV Rio em “A Morta Sem Espelho”, de Nelson Rodrigues, em 1963. Na TV Globo, na década de 1970, o ator conquistou o público ao interpretar dois grandes personagens da teledramaturgia brasileira: o bicheiro Tucão, em “Bandeira 2”, e o prefeito Odorico Paraguaçu, em “O Bem Amado”, de Dias Gomes.
O antológico prefeito Odorico Paraguaçu rendeu ao ator os prêmios de melhor ator da Associação Paulista de Críticos de Arte e da rede de TV Mexicana Televisa. Paulo Gracindo também participou de outros trabalhos de grande audiência na televisão aberta como “Gabriela”, “Roque Santeiro”, “Mulheres de Areia”, “Rainha da Sucata” e “Vamp”. Sua despedida da teledramaturgia foi uma participação especial na minissérie “Agosto”, em 1993.
No cinema, o ator consagrado trabalhou em mais de 20 filmes. Entre eles, “A Falecida”, de Leon Hirszman, “Terra em Transe”, de Glauber Rocha, e “Cara a Cara”, de Júlio Bressane. Paulo Gracindo morreu no dia quatro de setembro de 1995, no Rio de Janeiro, após ser diagnosticado com câncer.