Olho Vivo: A “casa” está caindo na Uneal
O campus da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) na cidade de Palmeira dos Índios enfrenta novos problemas em sua estrutura. Estudantes enviaram nesta quarta-feira (8) ao Estadão Alagoas, denúncias sobre o abandono da unidade por parte da Reitoria da instituição.
Os problemas na unidade não vêm de hoje. Além de já não ter condições de abrigar os sete cursos de licenciatura desde a sua inauguração, a comunidade acadêmica do Campus III, como é chamado, enfrenta diversos problemas em seu cotidiano, os quais incluem também a falta de professores, mesmo com a realização de concurso público.
Segundo um técnico-administrativo que não será identificado pela reportagem, os laboratórios da unidade estão sem a devida manutenção e faltam, de acordo com o relato, materiais para uso nas aulas práticas. Entre os problemas relatados, as faltas frequentes dos poucos professores concursados colaboram diretamente para o atraso do calendário e dificulta o aprendizado de quem, algum dia, pretende ir para salas de aulas formar, ou tentar, futuros cidadãos.
“Todos esses problemas são relatados à direção do Campus e também à Reitoria que parecem não se importar com os nossos problemas aqui. E isso não vem de hoje. Os problemas são tão graves que constantemente falta até papel higiênico e água mineral. Isso só para citar dois dos nossos vários problemas aqui”, desabafou o servidor público visivelmente indignado.
Numa das mensagens enviadas ao Estadão Alagoas, outra denunciante relata o abandono e a falta de manutenção que “esteve cinco dias sem aula por causa de um curto circuito no prédio devido a várias infiltrações. Com as chuvas mostrou o tamanho do problema que está sobre as cabeças de alunos e professores. Após o reinício das aulas foi constatado como estão as salas, os corredores totalmente sem condições de uso, carteiras estourando”, exemplificou a estudante.
A denúncia relata ainda que “alunos e professores pedem apoio do site [Estadão Alagoas] para que todos vejam e não deixem a universidade sem manutenção básica”, finalizou a estudante que é acompanhada por outras colegas de sala.
A Reitoria da Uneal, por meio da sua assessoria de imprensa, tentou resumir os problemas no Campus III aos danos causados pelas chuvas dos últimos dias. “Em função das fortes chuvas que ocorreram nas últimas semanas, algumas salas de aula tiveram parte da estrutura danificada, a exemplo do teto do auditório do Campus III, que foi emergencialmente consertado, devido à colação de grau dos alunos do Proesp, que ocorreu na ultima segunda (5)”, explicou.
“Os demais reparos, tanto nas salas de aula do Campus III, como em outras estruturas dos campi afetados com [sic] as chuvas, estão sendo consertadas gradativamente. O período chuvoso ainda persiste e, mesmo com todas as dificuldades financeiras enfrentadas não somente pela Uneal, mas como na maioria das dificuldades públicas, a Reitoria tem se esforçado para garantir instalações internas que possam oferecer segurança e comodidade a comunidade acadêmica”, finalizou.
Pelo que é relatado pelos estudantes, professores e técnico-administrativos, a Reitoria da Uneal precisa empenhar-se mais em suas responsabilidades, afinal estamos lidando com uma instituição que forma cidadãos. O velho, cansativo e mal usado discurso do atual gestor-mor, Jairo Campos, de uma universidade de qualidade voltada para filhos de trabalhadores, por mais uma vez, caiu por terra. Cabe destacar que a Uneal tem seis unidades em Alagoas. Nas demais, além de Palmeira dos Índios, os problemas são similares e recorrentes.