Defesa Civil de Alagoas diz que já esperava queda no nº de desabrigados e desalojados
A Defesa Civil de Alagoas informou que a queda no número de pessoas desabrigadas e desalojadas por causa das chuvas já era esperada. Em entrevista coletiva no Palácio República dos Palmares, no centro de Maceió, na manhã desta quinta-feira (8), o órgão justificou que a disparidade se deu por causa de retirada preventiva das famílias de suas casas com base nos riscos.
No dia 1º junho, a Defesa Civil havia informado que o número de vítimas era de 39 mil. Na segunda-feira (7), o número caiu para a 7.600. Hoje, o número de desabrigados e desalojados é 1,3 mil.
“Depois que o nível dos rios baixou e pessoas puderam retornar para suas casas, pudemos ter uma noção melhor do tamanho do desastre. Nós já esperamos a redução no número porque trabalhamos de forma preventiva. Podemos citar como exemplo a cidade de Jacuípe, que tinha pouco mais de dois mil desabrigados e desalojados e hoje não tem nenhum”, afirma.
Sobre os R$ 13 milhões que foram destinados pelo governo federal às vítimas das chuvas em Alagoas, o major Moisés disse que o valor será devolvido.
“Nós já esperávamos que o número fosse cair porque fizemos uma medida emergencial, ao retirar as famílias de suas casas. Como o nível do rio baixou, as pessoas retornaram para suas casas. Então o número de desabrigados e desalojados caiu. Por isso, o dinheiro não será utilizado, porque o dinheiro foi para ajudar de forma emergencial, mas as famílias não estão precisando dessa forma. O recurso será devolvido, após uma nova avaliação que será feita na próxima semana”, afirma o major.
O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Hugo Wanderley disse ainda que a verba enviada pelo governo federal ainda não tinha sido utilizada pelo governo de Alagoas.
“Não foi utilizado nenhum centavo. Como o major falou, o desacordo nos números já era previsto. Prevemos nem gastar um só centavo desses recursos. Relatório prazo curso, no momento do desastre, não tínhamos como ter um número exato do que tinha ocorrido dos danos. De acordo com áreas vai diminuindo, número exato da situação. Será analisado caso a caso”, afirma.
O major Moisés disse também que o numero do desastre ainda está em evolução. “A emergência ainda continua. O que não significa que os números podem variar a todo momento. Estamos fazendo um levantamento nos 27 municípios afetados para ver a necessidade de utilizar recusos federais. Por isso, nenhum município teve o seu decreto de emergência revogado”, diz.
Municípios podem ser punidos
O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Hugo Wanderley, prefeito de Cacimbinhas (PMDB), disse que os municípios agiram corretamente, mas que o Ministério Público vai investigar se houve alguma irregularidade.
“Se houve má fé, ela será punida. O Ministério Público vai continuar acompanhando o trabalho das prefeituras. Quero parabenizar o trabalho de todas elas que agiram rapidamente, de forma preventiva”, diz.
O Ministério Público informou que vai desenvolver ações que possam garantir lisura em relação a assistência obrigatória desses vitimados. A comissão do MP está acompanhando in loco as visitas aos municípios e exigindo relatórios condizentes com a realidade.
“E com relação a quem agiu com dolo, ou seja, que superfaturou números na tentativa de receber mais recursos públicos, esse, sim, vai responder na Justiça pelo ato praticado. A lei será aplicada contra ele”, alertou o coordenador da Comissão, promotor de Justiça José Antônio Malta Marques, da 49ª Promotoria de Justiça da Capital.
Marques também é diretor do 1º Centro de Apoio Operacional (CAO) do Ministério Público e diz que a Defesa Civil tem sido parceira na averiguação e repasse dos dados oficiais a respeito da situação de cada cidade prejudicada.
Fonte: G1