Alívio e frustração: Chapecoense devolve pertences encontrados em Medellín
Depois de meses de angústia, uma mistura de alívio e frustração. Enfim, chegaram a Chapecó todos os pertences encontrados no Cerro Gordo após o acidente de 29 de novembro, que vitimou fatalmente 71 pessoas. A espera foi longa, com identificação e distribuição do material dividida em três formas: a Associação de Moradores de La Unión, um catálogo na internet e via empresa contratada pelo clube para catalogar as malas. Nem todos os envolvidos tiveram objetos recuperados, o que causou protestos alguns familiares.
A primeira remessa chegou de Medellín após a partida com o Atlético Nacional, pela Recopa. Cerca de 300 peças foram entregues em cerimônia na localidade de La Unión, onde aconteceu o acidente. Um grupo de Whatsapp foi criado para facilitar a identificação do material, que continha em sua maioria objetos pessoais. Uma semana depois, na última sexta, foi encaminhado para Chapecó o montante mais esperado, que incluía bagagens praticamente intactas e que estavam sob responsabilidade da empresa Blake.
Apesar de parte do material ter sido disponibilizado em um catálogo na internet para identificação, a maior expectativa pairava sobre as malas que passaram por criterioso processo de limpeza e reconhecimento. Por exigências das autoridades colombianas e da empresa que transportou o conteúdo até o Brasil, todo processo de liberação demorou cerca de dois meses. A listagem final, porém, gerou mais frustração do que satisfação.
A relação contava com 23 nomes, entre eles o de Caio Júnior, que aparecia duplicado, do preparador físico Anderson Paixão, do presidente Sandro Pallaoro, e de jogadores como Ananias, Danilo, Mateus Caramelo, Matheus Biteco e Tiaguinho. A Chapecoense arcará com todo deslocamento dos familiares para retirada em Chapecó do material, que inclui bíblias, computadores, telefones celulares e muitas roupas.
Familiares que não tiveram pertences encontrados não se privaram de demonstrar sua indignação através do próprio grupo de Whatsapp e questionaram a respeito de possíveis saques de colombianos. Alguns prometeram buscar medidas judiciais para encontrar o paradeiro dos pertences não encontrados. A esposa de Cleber Santana, por exemplo, revela a existência de um vídeo onde bombeiros mostram a carteira e documentos de seu marido, que não foram devolvidos. Oficialmente, porém, tudo já foi encontrado e direcionado a quem é de direito. A Chapecoense promete se manifestar ao longo da semana sobre o tema.