Fraqueza
Os investigadores desconfiaram ainda que a adolescente não tivesse condições físicas para fazer o procedimento por conta própria e, depois, enterrar o bebê sozinha.
Segundo o perito Carlos Eduardo Trindade Amaral, a garota estava fraca e debilitada, por conta do aborto e da hemorragia, por isso, as investigações continuaram e apontaram que a mãe a obrigou a tomar remédios e, depois, com ajuda de um pedreiro, enterrou o feto. Uma enfermeira também foi presa, além da mãe e do pedreiro, por participação no crime.
“Ela disse que ficou dois dias em jejum tomando chá de aborto, sem comer, o que provoca taxa de glicemia baixa, que leva a desorientação e, quando do aborto, há perda de sangue que leva à anemia aguda e fraqueza. Juntando todas essas condições clínicas seria quase impossível que ela tivesse tido aborto no local onde ela falou e ter usado as pás, com toda essa fraqueza, para enterrar o feto”, afirmou o perito.
Durante os dois meses de investigação, a polícia apurou que a mãe não aceitava a gravidez e o relacionamento da filha porque o namorado era pobre. A mulher soube da gestação no dia 8 de março, quando a filha contou, e entrou em contato com o pedreiro, que conhecia a enfermeira. A profissional de saúde intermediou a compra dos remédios para o aborto.
Segundo a polícia, no dia 13 de março, a menina tomou quatro comprimidos, cada um custou R$ 200. O procedimento não deu certo e a garota tomou mais quatro comprimidos até expelir o feto, no dia 15 de março.
Crimes
A mãe da adolescente vai responder pelos crimes de aborto provocado sem consentimento da gestante, ocultação de cadáver, corrupção de menores e associação criminosa. Com a prisão da mãe, a garota foi entregue ao pai.
O pedreiro foi indiciado por participação no aborto, ocultação de cadáver, associação criminosa e tráfico de drogas, porque intermediou a compra do medicamento abortivo. A enfermeira vai responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico.
O namorado da mãe da adolescente foi indiciado por falso testemunho e associação criminosa porque, na época do crime, disse que a mãe da adolescente teria passado a noite do crime com ele.