Lava Jato faz buscas em escritório de advogado ligado a Renan
A Polícia Federal saiu às ruas na manhã desta sexta-feira (28) para cumprir mandados da Operação Satélites, relacionada à Lava Jato. O principal alvo é o advogado Bruno Mendes, ligado ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Os agentes fizeram busca e apreensão no escritório de Mendes.
De acordo com a PGR, esta fase apura irregularidades praticadas na Transpetro. Os crimes envolvidos, de acordo com a procuradoria, são: lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa, crimes contra a administração pública, entre outros.
A primeira fase da Satélites foi deflagrada em março. A operação tem esse nome porque os alvos são pessoas próximas aos políticos investigados na Lava Jato no âmbito do STF. Na ocasião, os mandados tiveram como alvos pessoas ligadas a Renan, ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), ao senador Humberto Costa (PT-PE) e ao senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Eles negaram envolvimento em qualquer tipo de irregularidade.
Conversa sobre a Lava Jato
Bruno Mendes era um dos advogados de Renan presentes em um conversa que foi gravada pelo ex-presidente da Transpetro e um dos delatores da Lava Jato Sérgio Machado.
As gravações, apresentadas por Machado em 2016, contêm conversas de uma reunião na casa do então presidente do Senado, Renan Calheiros, com a participação do ex-ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, quando ele ainda era conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após a divulgação da conversa, SIlveira deixou o ministério de Temer.
Segundo Sérgio Machado, na conversa houve troca de reclamações sobre a Justiça e a operação Lava Jato. Na gravação, Fabiano Silveira faz críticas à condução da Lava Jato pela Procuradoria e dá conselhos a investigados na operação.
Ao todo, a operação tem 10 mandados, todos de busca e apreensão. A fase desta sexta foi autorizada pelo ministro Édson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), dentro de um dos 13 inquéritos abertos para investigar Renan Calheiros. Os pedidos para a operação foram enviados ao STF pela Procuradoria-Geral da República (PGR).