Enfermeira tentou extorquir R$ 200 mil do companheiro para viver com amante no Rio
O Grupo de Operações Especiais (GOE) divulgou, na manhã desta terça-feira o resultado de uma investigação que desvendou um crime de falso sequestro. A enfermeira Águeda Suzana Alves, de 50 anos, moradora de Caruaru, apontada inicialmente como vítima, acabou sendo presa.
No dia 14 de março, Águeda disse à família que iria resolver pendências sobre um imóvel da mãe, de 70 anos, no bairro de Boa Viagem, no Recife, e não voltou para casa. Desesperada, a família fez um boletim de ocorrência por desaparecimento. Na noite de 19 de março, o marido, com quem Águeda é casado há 26 anos, começou a receber mensagens do celular dela, informando que a esposa havia sido sequestrada e pedindo R$ 200 mil como resgate.
Nas mensagens, o suposto sequestrador evidenciava o pagamento do resgate, ameaçava a vítima de morte e se utilizava de informações sensíveis da vítima e da família. O casal tem dois filhos e um deles, há cerca de um ano, sofreu um atentado e levou vários tiros, ficando cego e com problemas mentais.
No dia seguinte, a delegada de Caruaru, Sara Gouveia, contatou o GOE, informando sobre a suspeita de um caso de exteorsão mediante sequestro. Ao longo da investigação, a polícia descobriu que Águeda deixou o estado de Pernambuco de avião, embarcando no Aeroporto Internacional dos Guararapes para o estado do Rio de Janeiro na madrugada do dia 15 de março. O suposto cativeiro da vítima seria na cidade de Saquarema, na Região dos Lagos fluminense. Nas imagens obtidas pelo GOE, é possível verificar que Águeda embarcou desacompanhada, sem sofrer qualquer tipo de ameaça ou coação, descaracterizando sua condição de vítima de sequestro.
Ficava claro que se estava tratando de um caso de falso sequestro. Depoos de descobrir que Águeda retornaria a Pernambuco na madrugada da sexta-feira passada, os investigadores do GOE seguiram para o Aeroporto Internacional dos Guararapes para prendê-la por extorquir seu próprio companheiro em R$ 200 mil.
Com apoio da Polícia Federal e da Infraero, os civis abordaram a suspeita enquato ela conversava com o companheiro ao telefone. Os investigadores ainda conseguiram ouvi-la dizer que havia fugido do cativeiro pulando um muro e que não se lembrava direito do que havia acontecido.
Águeda desembarcou no Recife sem bagagem, apenas com a roupa do corpo, para que sua versão parecesse mais verossímil. Detida e imediatamente conduzida para a sede do GOE, ela admitiu ter orquestrado o plano para deixar o companheiro e viver com o amante no Rio de Janeiro.
As investigações continuam para determinar todas as pessoas envolvidas. O amante foi identificado e as provas estão sendo reunidas nos autos do inquérito policial. Na decisão que decretou a prisão preventiva da suspeita, o Juiz José Carlos de Vasconcelos Filho expressou que a investigada “tentou extorquir a própria família”, tendo usado “de reiteradas ameaças e extorsões para o fim de obter R$ 200.000,00 (duzentos mil reais)”, além de revelar uma “personalidade bastante perversa no trato de sua família”. Águeda está presa preventivamente na Colônia Penal Feminina Bom Pastor, no Recife.
Diário de Pernambuco