Ex-capa de Playboy e amante de doleiro é indiciada na Lava-Jato
Dois anos depois da revista Playboy, a Polícia Federal concluiu que a ex-amante do Alberto Youssef sabia das atividades ilícitas do doleiro. Com o título “Ela sabia”, Taiana de Souza Camargo foi capa da revista em janeiro de 2015 e contou como conheceu o doleiro. No último dia 13, Taiana foi indiciada na Lava-Jato por suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
“Evidentemente Taiana tinha conhecimento das atividades ilícitas de Alberto Youssef, ou, ao menos, era presumível que soubesse delas”, justificou o delegado Ivan Ziolkowski, no documento de indiciamento.
A Polícia Federal quer esclarecer a origem dos recursos dos presentes que ela ganhou do doleiro — um apartamento no Morumbi, em São Paulo, um BMW e a sociedade em um restaurante. Além de pagar despesas do dia a dia, Youssef também pagava o condomínio e a escola do filho da jovem, que agora terá de se explicar.
A Polícia Federal afirma que Taiana declarou patrimônio de R$ 98,9 mil em 2011 e, na declaração de 2012, mudou o valor referente ao ano anterior, elevando para R$ 1,098 milhão, na tentativa de justificar o apartamento que ganhou do doleiro naquele ano. Com quatro dormitórios, três vagas na garagem e 161 metros quadrados, o imóvel tem valor estimado em R$ 871 mil.
Ao depor à PF, Youssef disse que colocou a sociedade no restaurante Aracari em nome da jovem porque ele tinha restrições na Receita Federal. Para o delegado, Taiana foi “laranja” na sociedade.
Na entrevista à Playboy, a jovem afirmou que soube depois de ter conhecido o doleiro que ele tinha alguns problemas com a Justiça, mas que ele lhe disse que as acusações eram coisas do passado e que ela estava sendo “preconceituosa”. “Acabou me dobrando”, disse Taiana à revista.
O indiciamento de Taiana foi indireto, porque ela não foi à Polícia Federal prestar depoimentos. Ela foi intimada em março do ano passado e não compareceu para depor. Em nova tentativa, em outubro, ela estava no exterior – viajou em julho e só retornou no dia 23 de dezembro. O delegado voltou a tentar contato com o advogado de Taiana, mas não obteve resposta. “Denota-se indubitavelmente a recalcitrância de Taina Camargo em comparecer em sede policial para esclarecer os fatos investigados neste inquérito”, observou o delegado.