“Mulheres não sofrem mais caladas”, diz Solange Jurema sobre assédio
A capital paulista registrou no ano passado uma média de quatro casos de assédio sexual por semana dentro dos transportes públicos.
Os dados foram obtidos pelo jornal Estado de S. Paulo, nesta semana, por meio da Lei de Acesso à Informação. Entre 2013 e 2016, as denúncias saltaram de 23 para 219 em ônibus municipais, metrôs e na Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos, a CPTM.
A presidente do PSDB Mulher, Solange Jurema, avalia como preocupante a situação. Para a tucana, o incentivo às denúncias no país tem sido fundamental para enfrentar o problema. “A gente tem que ter muito cuidado porque muitas das nossas conquistas do século 20, de repente, estão sendo ameaçadas no século 21. Agora, por outro lado, a gente sabe também que existem muito mais denúncias. As mulheres não sofrem mais a violência caladas. Hoje, elas têm a possibilidade denunciar”, declarou.
Solange Jurema indica que ainda é necessário trabalhar em prol das mulheres no Brasil. Ela aponta a falta de políticas públicas como um retrocesso nos direitos femininos. “Esse aumento enorme da violência mostra que o Brasil ainda tem muito o que fazer pelas suas mulheres. É preciso que a gente não esmoreça. Não pode acontecer o que tá acontecendo, que é o esvaziamento das políticas públicas”, declarou.
O assédio é um dos crimes com maior subnotificação do país. Ou seja, muitas vítimas com vergonha ou medo, não fazem o registro de ocorrência. Por outro lado, os dados mostram que as mulheres têm procurado cada vez mais as delegacias de polícia. Somente nos últimos quatro anos, as taxas de boletins de ocorrência registrados por estupro, ato obsceno, importunação ofensiva ao pudor e estupro de vulnerável aumentou 850%.