Governo lança diretrizes para humanizar parto normal e reduzir intervenções

1O Governo Federal lançou nesta quarta-feira (8) uma série de diretrizes para humanizar o parto normal e reduzir o número de intervenções consideradas desnecessárias.

Segundo o Ministério da Saúde, as diretrizes têm como objetivo permitir que a mulher tenha maior poder de decisão sobre como será o nascimento do filho.

As novas diretrizes, explicou o ministério, são baseadas em evidências científicas coletadas por um grupo de especialistas, entre os quais obstetras, clínicos gerais, neonatologistas, anestesiologistas e enfermeiras, além de integrantes de entidades da área da saúde.

O lançamento das diretrizes aconteceu em cerimônia no Palácio do Planalto, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

Entre os presentes à cerimônia estavam o presidente Michel Temer, a primeira-dama, Marcela Temer, e os ministros Ricardo Barros (Saúde) e Luislinda Valois (Direitos Humanos).

O que preveem as diretrizes

Leia abaixo o que as novas diretrizes preveem como medidas que deverão ser incorporadas pelas maternidades:

– Permitir à mulher a posição que ela preferir durante o parto, visando ao conforto;

– Presença de doulas e de acompanhante;

– Dieta livre, com o fim do jejum obrigatório;

– Métodos de alívio para a dor, como massagens, banhos quentes e imersão na água;

– Direito à anestesia e à reaplicação dela;

– Contato pele-a-pele da criança com a mãe imediatamente após o parto;

– Direito à privacidade da gestante e da família;

– Estímulo à amamentação.

Métodos a serem evitados

De acordo com o governo, outro objetivo da política é reduzir os “altos índices” de intervenções consideradas desnecessárias, entre as quais cesarianas e episiotomias.

Na avaliação do Ministério da Saúde, esses procedimentos não levam em consideração os aspectos emocionais e culturais das mães e podem colocar a vida da gestante e do bebê em risco.

Saiba abaixo os procedimentos que, segundo as novas diretrizes, devem ser evitados, quando possível:

– Episiotomia (corte no períneo);

– Uso do hormônio ocitocina para acelerar a saída do bebê;

– Cesariana;

– Aspiração do nariz e da faringe do recém-nascido;

– Técnica conhecida como “manobra de Kristeller”, quando se pressiona o útero da mulher para ajudar a explusão da criança;

– Uso do fórceps;

– Lavagem intestinal antes do parto;

– Raspagem dos pelos pubianos;

– Rompimento da bolsa;

– Corte precoce do cordão umbilical (os médicos deverão esperar de 1 a 5 minutos ou até cessar a pulsação).

Acesso ao DIU

O governo federal também informou que vai ampliar o acesso das mulheres ao Dispositivo Intrauterino de Cobre (DIU), método contraceptivo disponível nas unidades básicas de saúde, mas que agora passará a ser oferecido para mulheres após o parto e após abortos.

As maternidades, segundo o Ministério da Saúde, terão 180 dias para se adaptar à medidas.

Ligue 180

No evento desta quarta, o governo também informou que o Ligue 180 passará a receber denúncias de violência obstétrica. O programa foi criado em 2005, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para orientar mulheres sobre direitos e serviços públicos.

Em 2014, no governo da então presidente Dilma Rousseff, o Ligue 180 também passou a ser disque-denúncia, com capacidade de envio de denúncias para as secretarias de Segurança Pública estaduais e para os ministérios públicos locais.

G1

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