Operação Nicotina: Mais dois suspeitos de participar de esquema são presos
Dando continuidade à Operação “Nicotina”, desencadeada pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE) com o apoio da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e da Polícia Civil na semana passada, aconteceu, nesta sexta-feira (17), uma segunda etapa dos trabalhos de investigação. Foram cumpridos dois mandados de prisão, dois de condução coercitiva e quatro de busca e apreensão, todos na cidade de Arapiraca.
A operação prendeu, preventivamente, Julyanny Emanuelly Ferreira Félix – esposa do Jadievany Silva Pereira, apontado como um dos líderes do esquema – e Sebastião Alves Ferreira, sogro dele.
Rosimeire Gonzaga, que é funcionária da empresa Agreste, um dos alvos das medidas cautelares do último dia 7, foi trazida para Maceió para prestar depoimento. A mesma coisa aconteceu com Jurandir da Silva Júnior, que é irmão de Jadievany. Todos foram trazidos para o Complexo de Delegacias Especializadas (Code) da Polícia Civil, localizado no bairro de Mangueiras, em Maceió.
Quatro mandados de busca e apreensão também foram cumpridos: no mercadinho de propriedade de Sebastião e nas residências do próprio Sebastião, de Jurandir e de Julyanny. Nesses locais foram recolhidos documentos de imóveis que, segundo as investigações, podem comprovar o enriquecimento ilícito dos envolvidos na organização criminosa especializada em sonegação de impostos por meio do comércio de cigarros.
Com Jurandir da Silva Júnior também foi apreendido um veículo Pajero TR4, que está em nome de Jadievany Silva Pereira. Material e carro também foram levados para o pátio do Detran/AL.
O delegado da Polícia Civil Manoel Acácio Júnior, que deu cumprimento às medidas cautelares junto com a Polícia Civil e a Polícia Militar, informou que a operação foi tranquila, não houve resistência às prisões e, tanto as pessoas presas, quanto aquelas que foram alvo das conduções coercitivas, serão ouvidas ainda nesta sexta-feira.
As investigações
Segundo as investigações, Jadievany seria o principal organizador de um esquema de falsificação de documentos públicos para a abertura de empresas fantasmas. O prejuízo causado pela organização criminosa já chega a cifras milionárias ao Tesouro Estadual. Ao todo, a Operação Nicotina cumpriu dois mandados de prisão, cinco de condução coercitiva e nove de busca e apreensão.
Três empresas estão sendo alvo das investigações do MPE/AL, da Polícia Civil e da Sefaz: Quality In, Agreste Comércio de Tabaco e WRT Lacerda – as duas últimas localizadas no município de Arapiraca. Por conta do esquema já descoberto, elas multadas em R$ 534 milhões.
Pelo Ministério Público, por meio do Gaesf – Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Conexos -, participam da apuração os promotores de Justiça Cyro Blatter e Delfino Costa Neto. De acordo com eles, essa organização criminosa comercializa cigarros de origem estrangeira, atua em 15 estados e, por meio de negociações ilícitas, faz transações que impedem o recolhimento de impostos em todas as unidades da Federação onde o esquema existe.
Para a Sefaz, existem fortes indícios de que a WRT Lacerd, a Quality In e a Agreste Comércio de Tabaco fazem parte de uma organização criminosa com o intuito da prática de lavagem de dinheiro e outros crimes correlatos, uma vez que a movimentação dos produtos comercializados por elas, em quase sua totalidade, seriam oriundos de operações “graciosas”, que são aquelas onde existe apenas circulação de documentos fiscais e não de produtos.