Cirurgia inédita para implantação de marca-passo é realizada no HGE
“O Hospital Geral do Estado (HGE) foi o lugar que salvou a minha vida”. Essas foram as palavras da dona de casa Maria José da Silva, 44 anos, após receber um marca-passo, na última sexta-feira (13), em uma cirurgia inédita para a rede pública de Saúde em Alagoas, assegurada graças a mais um serviço pioneiro, implantado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). “Agora vou poder cuidar e brincar com o meu sétimo neto, que deve nascer até o final do mês, sem sentir tonturas, falta de ar ou ficar com a vista escura”, disse a moradora do município de São José da Tapera, Sertão alagoano.
José Kleberth Tenório Filho, cardiologista que fez a cirurgia da dona de casa Maria José, salientou que ela deu entrada na área vermelha do HGE no dia 23 de dezembro do ano passado, para a realização de um procedimento de emergência, onde foi implantado um marca-passo provisório.
“A paciente chegou até o HGE com um bloqueio total do átrio ventricular, em decorrência da evolução da doença de Chagas, que deve ter sido contraída por ela residir em uma zona endêmica para a doença. O aparelho provisório foi implantado porque na situação que ela se encontrava poderia evoluir para óbito”, informou o cardiologista.
“Com o marca-passo definitivo, Maria José faltará a fazer todos os afazeres domésticos e, agora, de uma maneira ainda mais segura para a saúde dela”, disse o médico, tranquilizando a paciente, que perguntou se poderia voltar a trabalhar normalmente após a cirurgia.
Ainda na sexta-feira, o aposentado Moisés Barbosa, 83 anos, também realizou um procedimento cirúrgico para a implantação de um marca-passo no maior hospital público de Alagoas. “No começo do ano passado comecei a me sentir mal e, das vezes em que fui internado, os médicos disseram que os meus batimentos cardíacos estavam muito baixo, mas eu não sentia nem incômodo”, recorda.
O aposentado salientou que, foi a partir do meio do ano, que começou a sentir tonturas e falta de ar, quando necessitava fazer atividades normais, a exemplo de caminhar. “No dia 19 de dezembro passado fui encaminhado para o HGE, onde hoje realizei a cirurgia”, relatou o aposentado.
Doença cardíaca
O cardiologista Francisco Siosney, que esteve à frente desse procedimento, explicou que o aposentado Moisés chegou ao HGE com uma doença cardíaca do Nó Sinusal. “A doença desenvolvida pelo paciente acontece com muitos idosos. É um problema degenerativo do sistema cardíaco e acabou evoluindo para uma bradiarritmia, o que acaba impedindo o organismo de desempenhar as funções corriqueiras do dia-a-dia”, explicou o médico, ao exaltar que essas duas cirurgias são uma grande conquista para todos que fazem a saúde pública em Alagoas.
José Wanderley Neto, chefe do serviço de cirurgia cardiovascular da Fundação Cordial, que é parceira da Sesau na implantação do novo serviço no HGE, ressaltou que as cirurgias ocorreram dentro do esperado, com duração de 40 minutos. “Esse procedimento para o implante do marca-passo é considerado de baixo risco e o aparelho foi instalado nas duas câmaras do coração. Agora, os dois pacientes ficarão em observação”, disse o médico.
Sesau e Fundação Cordial
Para ampliar o acesso da população aos serviços cardíacos em Alagoas, a Sesau fechou uma parceria, no ano passado, com a Fundação Cordial. Com isso, foi implantado o Setor de Hemodinâmica no HGE, onde as cirurgias foram feitas.
Segundo a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomirska, as cirurgias para implantação de marca-passo representam um marco na medicina alagoana, com o maior hospital público do Estado oferecendo esse tipo de procedimento. “As cirurgias para o implante de marca-passo complementam e trazem para a saúde pública uma tecnologia de ponta, para atender uma grande demanda cardíaca que existe em Alagoas e, assim, salvar a vida dos alagoanos”, disse.
De acordo com a secretária, com as cirurgias para o implante de marca-passo, o Estado está cumprindo com o papel de organizar os serviços de Média e Alta Complexidade em Alagoas. “Dessa forma, estamos garantindo para a população um acesso mais rápido e de qualidade à população que não teria condições de esperar pelos procedimentos”, pontuou.
A gestora da saúde estadual enfatizou que este novo serviço irá desafogar os leitos cardíacos do HGE. “E isso irá possibilitar que recebamos mais pessoas que tenham problemas cardíacos, salvando suas vidas”, afirmou a secretária de Estado da Saúde.
Agência Alagoas