Mortes em presídio de Maceió não estão relacionadas, diz promotor
As mortes de dois presos na Casa de Custódia de Maceió, conhecida como Cadeião, não têm relação entre si. A informação é do promotor Luiz Vasconcelos, da Promotoria de Execuções Penais. Os corpos deles foram encontrados na tarde desta quinta-feira (12).
Os presos foram identificados como Alexsandro Neves, 39, e Jonathan Marques Tavares, 24. Outro preso foi apontado como autor de um dos assassinatos.
Segundo o promotor, Hildemar da Cruz confessou ter matado Tavares. “Eles tinham uma inimizade, daí o Cruz aproveitou a situação, foi lá e matou o outro preso”. As câmeras de circuito interno ajudaram a identificá-lo.
Ainda não há informação sobre quem matou Neves. O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen-AL) disse que ele teve os órgãos retirados. O Instituto de Medicina Legal (IML) foi acionado para recolher os corpos, que vão passar por perícia para identificar a causa das mortes.
O promotor afirma que Neves foi morto ao ser descoberto como assassino de alguém ligado a uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídios.
“Esse detento [Neves] foi morto por que teria praticado um homicídio onde a vítima seria integrante ou simpatizante de uma facção criminosa. De alguma forma, os presos lá dentro ficaram sabendo disso e aproveitaram essa situação dos massacres em Manaus e Roraima para criar um fato”, explica Vasconcelos.
O promotor ressalta, entretanto, que Neves não integrava nenhuma facção. “Quando as pessoas entram no sistema, são perguntadas se pertencem a alguma facção, para que você as separe e evite esse tipo de problema. Até onde a gente sabe, ele não integrava nenhuma facção e talvez não soubesse que o cara que ele matou fazia parte de uma”.
Segundo o presidente do Sindapen, Kleyton Anderson, as mortes aconteceram durante o momento em que os presos estavam fora das celas. “As chances de descobrir quem cometeu o crime são muito pequenas. O módulo todo estava aberto, pois era momento do banho do sol. Mais de 300 presos lá do módulo são suspeitos. Não foi uma cela só”.
Uma investigação interna realizada pela Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) busca identificar a forma como os presos foram mortos, e quem assassinou Alexsandro Neves.
Reforço na segurança
O promotor Luiz Vasconcelos relatou também que houve um reforço na segurança dentro da Casa de Custódia após o episódio.
“Estamos com um efetivo dentro e fora do Sistema Prisional, e desde a semana passada estamos fazendo revistas todos os dias em todas as unidades, para que tenhamos o mínimo de controle. Também já separamos os presos e estamos identificando os vários integrantes de uma facção e de outra, e os colocando em locais incomunicáveis”, conclui Vasconcelos.
Fonte: G1