Salário mínimo “suficiente” cai para R$ 3.856,23 em dezembro

R$ 3.856,23: este seria o valor de salário mínimo suficiente “para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência” no Brasil.

O cálculo é feito mensalmente desde 1994 pela Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) com base em valores da cesta básica.

O custo da cesta básica subiu em todas as capitais brasileiras em 2016: as maiores altas foram em Rio Branco, Maceió e Belém, e as menores foram em Recife, Curitiba e São Paulo.

O salário mínimo “suficiente” de dezembro caiu em relação a novembro (R$ 3.940,41) e foi o mais baixo desde maio (R$ 3.777,93).

No entanto, ainda representa mais de 4,3 vezes o salário mínimo vigente no país no ano passado, de 880 reais.

Desde o primeiro dia de 2017, o valor oficial do salário mínimo subiu para R$ 937 – mas os 57 reais a mais são suficientes apenas para repor as perdas com a inflação.

A lei determina que o reajuste anual do salário mínimo tem como base a soma da variação do INPC (inflação para população de baixa renda) no ano anterior, acrescido da taxa de crescimento real do PIB dois anos antes.

Já que o PIB ficou parado em 2014 e teve queda em 2015 e 2016, o próximo aumento real ficará no mínimo para 2019 (isso se a lei não mudar nesse ínterim).

Em um vídeo, o economista Carlos Eduardo Gonçalves explica quais seriam as consequências práticas se o salário mínimo “necessário” fosse estabelecido por lei:

“O que vai acontecer com a pessoa hoje empregada que ganha um salário baixo? (…) Você acha que elas vão continuar todas empregadas ganhando R$ 3.700 ou elas vão ser mandadas emboras porque a contribuição delas pro produto final da empresa não vale esses R$ 3.700?”.

Veja o vídeo:

 

Fonte: EXAME

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