“Não tenho medo de expor que sou casado com uma travesti”

1Rafael Dantas, de 21 anos, nunca teve medo de expor seu relacionamento com a transfeminista Geovana Soares, de 22 anos: “Não tenho medo de expor que sou casado com uma travesti”, diz.

Eles se conheceram cinco anos atrás, debaixo de uma tenda de festa junina, se protegendo da chuva. Enquanto se apertavam para não se molharem, Rafael, sem querer, pisou no pé de Geovana: “O pé debaixo é meu”, disse. Depois de um pedido de desculpas, eles voltaram para a festa, em Aracaju, Sergipe.

Quando chegou em casa, depois da festa, Rafael buscou o perfil de Geovana no “Orkut” e “MSN”. Viraram amigos e se encontraram algumas vezes, mas nada além disso. Contudo, o sentimento por Geovana aumentava com o passar dos dias.

Geovanna então convidou Rafael para conversar: “Ele estava muito sério e nervoso, e confessou que gostava de mim. Disse que vinha me amando em silêncio todo esse tempo, e que aquilo estava sufocando ele, mas que entenderia caso não fosse recíproco. Na hora eu fiquei tão sem reação que falei que amava ele também”, revela Geovana em entrevista para o site NLucon.

“Foi o que eu mais esperava: ‘Ser retribuído pelos mesmos sentimentos que eu tinha por ela’. Nessa conversa ela me falou tudo que pensava e sentia por mim, como também quis saber o que eu sentia e pensava sobre ela. Foi uma longa e emocionante conversa, sendo ela o início da nossa união e o momento que marcou nossas vidas”.

O casal mora junto há dois anos e cada dia é um aprendizado novo para ambos. Geovana diz que o mais complicado de ser casada com uma pessoa cisgênera é que ela muitas vezes não entende o peso que uma pessoa trans carrega no país que mais mata travestis e transexuais no mundo.

Já para Rafael o mais complicado é falar sobre questões que nunca teve contato. Ele confessa que antes de se relacionar com Geovana não sabia a melhor maneira de tratar uma travesti, se por “ele” ou por “ela”.

Ele conta que se enche de orgulho quando Geovana dá palestras e conversa com pessoas disposta a entender mais sobre “travestilidade”. “Ela se sente tão feliz que chega a ser fofo a aparência dela. Vejo que luta pelo que ela representa e pelas outras travestis”.

Fonte: NLucon

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