De volta, Mari se preocupa com passo atrás; ‘financeiramente, Brasil não vale a pena’
Enquanto algumas estrelas deixam o país, uma das principais jogadoras de vôlei dos últimos anos está de volta ao Brasil. Depois de uma temporada na Indonésia, Mari vai defender o Genter Bauru na Superliga feminina, que estreia já nesta quinta-feira contra o Camponesa Minas. Mas ela mesmo diz que o seu retorno nada tem a ver com uma melhora no nível do esporte nacional. Muito pelo contrário, na verdade.
Mari explica que está abrindo mão de dinheiro para poder jogar de novo no Brasil. E mostra certa preocupação com o cenário atual do vôlei por aqui.
“(O cenário) Preocupa todo mundo. O nível dos salários caiu muito depois da Olimpíada. A crise chegou pesada no esporte também. Patrocinador depende da grana, e a crise cortou muito patrocínio. A gente está em uma situação que a gente não vivia há muitos anos”, diz a oposta.
“Hoje valeria muito mais a pena jogar em dólar ou em euro. Financeiramente falando, hoje o Brasil não vale a pena”, completa.
Ela escolheu voltar por questões familiares. O pai morreu enquanto Mari estava na Indonésia, e ela acabou decidindo atuar no Brasil para ficar perto da mãe.
E a preocupação dela não é a toa. A própria CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) perdeu dinheiro de patrocínio depois da Olimpíada. E vários times diminuiram os salários. O que gerou uma debandada de estrelas na Superliga feminina – a masculina até que conseguiu se manter e ficar na contramão, repatriando alguns astros.
De qualquer forma, o retorno de Mari é uma das atrações da Superliga. Ela sempre foi considerada uma jogadora fora de série, mas sofreu com lesões durante a carreira toda. A oposta ficou de fora das duas últimas Olimpíadas, mas até mais por conta do desentendimento que tem com o técnico Zé Roberto Guimarães do que por conta do seu nível técnico.