IML: médico vai almoçar e presos da Casa de Custódia ficam sem exame
Um impasse em torno da realização do exame de corpo de delito ao qual seriam submetidos 60 presos da Casa de Custódia inviabilizou, nesta quinta-feira (27), a transferência dos reeducandos para o sistema prisional. Tudo porque, segundo o diretor do Instituto Médico Legal (IML), Fernando Marcelo de Paula, o fato de o único médico de plantão, apto a realizar o exame, estar almoçando prejudicou a transferência.
Em entrevista à Rádio Gazeta, Fernando explicou que o profissional só retornaria do almoço às 14h, o que tornou a transferência dos presos inviável nesta quinta, pois, o sistema prisional só recebe novos presos até as 14h, por medida de segurança.
“Anteriormente, não havia horário para almoço. Porém, os médicos chegam às 7h da manhã e precisam sair para almoçar. Desde o começo da gestão, foi acordado que haveria uma pausa para almoço e janta. Portanto, eles saem às 12h e retornam às 14h”, afirmou o diretor do instituto.
Ainda de acordo com Fernando de Paula, a falta de informação por parte da Polícia Civil motivou o desencontro desta quinta, levando-a a encaminhar os presos ao IML no horário de almoço dos peritos. “Quando os presos são poucos, não há problema porque eles permanecem na cela até a hora de o médico retornar para fazer o exame. Isso não é nada anormal”, emendou o diretor, acrescentando que o acordo foi firmado, no ano passado, por meio de portaria à qual o IML garante ter dado publicidade.
“Uma cópia desta portaria foi fixada, já há mais de um ano, numa das paredes do instituto, informando a todos que temos horário para o almoço. É uma questão de organizar os trabalhos, a fim de se evitar problemas do tipo. Tão logo os médicos retornem, os presos realizarão os exames”, assegurou Fernando.
À Rádio Gazeta, o diretor do IML confirmou que o órgão foi informado acerca da ida dos presos à sede do instituto. Porém, Fernando destaca o fato de a equipe de médicos ser reduzida. “São várias as deficiências. São poucos os profissionais para a realização de vários procedimentos, como necropsias e exames corporais. E apesar de tantas dificuldades, estamos tentando oferecer um bom serviço. O ideal seria dividir os presos em dois grupos, a fim de facilitar o nosso trabalho, evitando tamanha demanda e de uma única vez”, analisou.
Por fim, a direção do IML assegurou também que o médico aguardava os presos desde as 7h, com os mesmos tendo chegado ao instituto, segundo ele, somente no início da tarde. “O IML não é um lugar de emergência e os colegas precisam comer”.