Cláudia Cruz visita Eduardo Cunha na carceragem da PF
láudia Cruz, esposa do deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), visitou o marido nesta manhã de sexta-feira (21) na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Cunha foi preso pela Operação Lava Jato na quarta-feira (19), em Brasília.
O vídeo do momento em que Cláudia deixa a Polícia Federal foi produzido e feito pelo jornalista José Vianna, da RPC Curitiba. Cláudia Cruz estava acompanhada de um advogado – ela não respondeu às perguntas do jornalista.
Em geral, as visitas na carceragem da Polícia Federal ocorrem às quartas-feiras. Segundo a PF, como o Cunha foi preso na quarta-feira e não pode receber ninguém, a polícia autorizou que a mulher o visse nesta quinta. “Uma concessão que já foi dada a outros presos da Lava Jato”, afirmou a PF.
Cunha é acusado de receber propina de contrato de exploração de petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.
A prisão de Cunha foi determinada pelo juiz Sérgio Moro, que é responsável pelas ações da operação Lava Jato na 1ª instância.
Segundo Moro, Cunha continuou a tentar obstruir a investigação da Lava Jato mesmo depois de perder o mandato de deputado federal.
Após Cunha perder o foro privilegiado, o processo que estava no Supremo Tribunal Federal (STF) foi encaminhado para a Justiça Federal. O juiz retomou a ação no dia 13 de outubro.
Além de Cunha, outros presos da Lava Jato estão na carceragem da Polícia Federal. Contudo, ele ficará sozinho em uma cela e também vai fazer um horário diferenciado de banho de sol em relação aos demais presos.
Entre estes outros investigados presos estão o doleiro Alberto Youssef, o ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antônio Palocci.
Esposa é ré
Assim como Eduardo Cunha, Cláudia Cruz é ré em processo da Operação Lava Jato. De acordo com as investigações, ela foi favorecida, por meio de contas na Suíça, de parte de valores de uma propina de cerca de US$ 1,5 milhão recebida pelo marido.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cláudia tinha plena consciência dos crimes que praticava e é a única controladora da conta em nome da offshore Köpek, na Suíça, por meio da qual pagou despesas de cartão de crédito no exterior em um montante superior a US$ 1 milhão em um prazo de sete anos, entre 2008 e 2014.
As investigações apontam que o valor é totalmente incompatível com os salários e o patrimônio lícito de seu marido.
Os recursos na conta de Cláudia Cruz foram utilizados, por exemplo, para pagar compras de luxo feitas com cartões de crédito no exterior de artigos de grife como bolsas, sapatos e roupas, ainda conforme o MPF.