Alagoas é o paraíso do crime de mando’, diz ministro do STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse que Alagoas é o paraíso do crime de mando no Brasil. A declaração do integrante da maior corte de Justiça do Brasil se deu durante o julgamento que analisava a constitucionalidade da prisão em segunda instância antes do transitado em julgado. Apesar de a declaração ter sido na quarta-feira, até o momento o Governo do Estado não se manifestou sobre o assunto.
Quando citou Alagoas, Gilmar Mendes estava discorrendo sobre os problemas que afetam “o sistema Judiciário brasileiro”. Ele lembrou que, apesar dos argumentos dos colegas que defendem que a prisão só pode acontecer com o trânsito em julgado, é importante diagnosticar e propor soluções para a crise institucional que o Brasil enfrenta, sobretudo, os estados mais violentos.
Entre os problemas apontados por Gilmar, destaca-se o número de homicídios sem investigação. “Quando o CNJ esteve em Alagoas, na minha presidência, durante um dos mutirões que realizamos no Brasil, encontramos cinco mil homicídios sem inquérito aberto. Portanto, é o paraíso do crime de mando”, expressou o ministro, deixando os demais surpresos com a declaração.
A visita do ministro, como presidente do Conselho Nacional de Justiça se deu há sete anos. Há oportunidade, no governo Teotonio Vilela Filho (PSDB), os inquéritos policiais se acumulavam nas mais diversas delegacias espalhadas por todo o estado. O número só apresentou uma queda após a chegada do governo federal no programa “Brasil Mais Seguro. Quem ama Alagoas constrói a paz”.
Apesar do avanço, dados do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) apontam que o ministro Gilmar tem razão ao apontar a falta de investigação como uma das preocupações do STF. O Inquerômetro do CNMP descreve que dos mais de cinco mil inquéritos encontrados pelo ministro à época, ainda há um estoque de 1.530 investigações a serem concluídas, referentes a homicídios cometidos de 1990 a 2007.
Apesar de os inquéritos serem referentes ao governo passado, a Gazetaweb entrou em contado com a polícia judiciária do estado e aguarda um posicionamento.
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